Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/10/2011
O tempo que leva para um novo produto chegar ao mercado está ficando cada vez mais curto.
Como consequência, os bens estão sendo produzidos utilizando fábricas e sistemas de TI que foram projetados tendo em mente produtos completamente diferentes, o que aumenta os custos e diminui a produtividade.
Por isto, pesquisadores do Instituto Fraunhofer juntaram-se a engenheiros da Mercedes-Benz para projetar fábricas mais inteligentes, capazes de reagir às mudanças nos produtos por conta própria.
DNA das fábricas
Tão logo se fala em DNA, logo nos vem à mente a biologia e os seres vivos.
É a molécula de DNA, encontrada no interior de todas as células, que carrega o projeto codificado para os seres humanos, animais ou plantas.
Mas as fábricas também têm um projeto desse tipo. Todas as modernas instalações de produção se assemelham de certa forma aos organismos vivos, sobretudo por sua complexidade.
E, exatamente como na biologia, todas as suas partes constituintes estão interligadas umas às outras, e têm de ser cuidadosamente coordenadas.
Este é o desafio que os engenheiros alemães estão enfrentando - criar o DNA de uma fábrica.
USB industrial
O problema pode ser visto facilmente quando a produção está sendo alterada para um novo item, como um novo modelo de carro.
Seja a adição de um robô industrial na linha de produção, ou mesmo uma simples atualização do sistema operacional, tudo pode causar, senão estragos, pelo menos grandes demoras, uma vez que a menor das alterações tem um impacto sobre todo o processo produtivo.
O que está faltando é uma conexão inteligente entre os componentes: os produtos sendo fabricados, os equipamentos de fabricação e os sistemas de TI que controlam tudo.
Isso acontecia muito no início da computação pessoal.
Não muito tempo atrás, você precisava instalar o driver apropriado antes que pudesse usar qualquer novo periférico em seu computador.
Hoje em dia, tudo o que você precisa fazer é conectar um cabo USB: o novo dispositivo utiliza essa via para se comunicar com o PC e para se identificar, e tudo funciona muito bem e prontamente.
É isso que os pesquisadores estão fazendo com os equipamentos das fábricas.
Tradutor digital
Como estamos longe de ter uma padronização nos softwares usados nas fábricas, eles inventaram um tradutor digital para coletar as informações de cada novo "periférico fabril" e converter essas informações em uma linguagem de máquina padrão, chamada CAEX (Computer Aided Engineering Exchange).
Esta informação é enviada para um sistema especial de armazenamento de dados, também criado durante o projeto, que é consultado pelo gerenciador de TI da fábrica.
"Juntos, esses dois componentes são suficientes para tornar factível uma solução simples tipo um USB das fábricas," diz Dr. Olaf Sauer, coordenador do projeto. "Uma vez que os dados começam a fluir, o computador pode projetar um plano de controle do processo para a nova linha de produção, sem precisar de ajuda."
Voltando à analogia com os seres vivos, é como se a fábrica passasse por uma "evolução", recebendo mutações epigenéticas de seu ambiente.
Os pesquisadores demonstraram que o sistema funciona bem em sua fábrica-laboratório.
O próximo passo é testá-lo em uma fábrica real.