Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/03/2023
Explosão plana
Uma explosão do tamanho do nosso Sistema Solar está deixando todos perplexos, já que sua forma - semelhante à de um disco extremamente plano - desafia tudo o que sabemos sobre explosões no espaço.
A explosão é de um tipo conhecida como "Transiente Óptico Azul Rápido" ou FBOT na sigla em inglês (Fast Blue Optical Transient), uma classe extremamente rara de explosão que é muito menos comum do que, por exemplo, as supernovas. O primeiro FBOT brilhante foi registrado em 2018 e recebeu o apelido de "a vaca".
Explosões de estrelas quase sempre têm a forma esférica, já que as próprias estrelas são esféricas. No entanto, esta explosão é a mais asférica já vista, gerando um disco no dias seguintes à sua descoberta, com muito pouco material indo em direção aos dois hemisférios.
Ainda não está claro como ocorrem as explosões brilhantes do tipo FBOT, e esta, que ocorreu a 180 milhões de anos-luz de distância, aumenta ainda mais o enigma.
"Muito pouco se sabe sobre as explosões FBOT - elas simplesmente não se comportam como as estrelas explosivas deveriam se comportar, são muito brilhantes e evoluem muito rapidamente. Simplificando, elas são estranhas, e essa nova observação as torna ainda mais estranhas.
"Com sorte, esta nova descoberta irá nos ajudar a lançar um pouco mais de luz sobre elas - nunca pensamos que explosões pudessem ser tão asféricas. Existem algumas explicações possíveis para isso: As estrelas envolvidas podem ter criado um disco pouco antes de morrerem ou podem ser supernovas falhadas, onde o núcleo da estrela colapsa em um buraco negro ou estrela de nêutrons, que então come o resto da estrela.
"O que agora sabemos com certeza é que os níveis de assimetria registrados são uma parte fundamental da compreensão dessas explosões misteriosas, e isto desafia nossas preconcepções de como as estrelas podem explodir no Universo," disse o professor Justyn Maund, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido.
Os pesquisadores agora realizarão uma nova pesquisa com o observatório Vera Rubin, no Chile, que deverá ajudar a descobrir mais FBOTs e entendê-los melhor.