Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/01/2016
Super explosão cósmica
Astrônomos flagraram a maior explosão cósmica já documentada, tão grande que não cabe em nenhuma teoria.
A princípio, eles estão considerando ser a supernova mais brilhante jamais vista - uma "super supernova" -, mas ainda resta imaginar o que seria o misterioso objeto em seu centro, que teria gerado explosão tão descomunal.
O que se viu foi uma bola de gás quente, a 3,8 bilhões de anos-luz da Terra, irradiando energia equivalente a 570 bilhões de sóis - se isso não lhe dá uma ideia da dimensão, é aproximadamente 20 vezes toda a luz irradiada simultaneamente pelas mais ou menos 100 bilhões de estrelas que compõem nossa Via Láctea.
A explosão está sendo chamada ASASSN-15lh.
A julgar pelas medições feitas até agora, no coração dessa explosão está um objeto um pouco maior do que 16 quilômetros de diâmetro - mas que objeto é este é algo que os astrônomos ainda não têm uma ideia clara.
Estrela-bomba
"Nós temos que nos perguntar, como é que é possível?" confessou Krzysztof Stanek, membro da equipe. "É preciso muita energia para brilhar tão fortemente, e a energia tem de vir de algum lugar."
"A resposta honesta neste ponto é que nós não sabemos o que poderia ser a fonte de energia da ASASSN-15lh", admite Dong Subo, principal autor da análise.
Para não ficar totalmente no escuro, a equipe sugeriu uma primeira hipótese. A supernova poderia ter sido gerada por um tipo extremamente raro de estrela, chamada magnetar de milissegundos, um tipo de estrela magnética que desafia a teoria dos buracos negros.
Mas, para brilhar tanto, este magnetar teria que girar pelo menos 1.000 vezes por segundo e converter toda a energia de rotação em luz com quase 100% de eficiência. Seria o exemplo mais extremo de um magnetar que os astrônomos acreditam ser fisicamente possível.
Super supernova
A explosão foi flagrada por astrônomos amadores em junho de 2015, e a seguir estudada pelo projeto ASAS-SN (All Sky Automated Survey for SuperNovae), uma colaboração internacional sediada na Universidade Estadual de Ohio, nos EUA, que utiliza uma rede de telescópios ao redor do mundo para fazer a varredura do céu a cada duas ou três noites procurando por supernovas.
Essa rede de telescópios é capaz de identificar supernovas normais a até cerca 350 milhões de anos-luz da Terra. Mas essa "super-supernova" nada tem de normal. Na verdade, se for mesmo uma supernova, é a maior já vista e, potencialmente, a maior possível.