Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/02/2008
Gêiser espacial
Cientistas acreditam ter descoberto a explicação para um dos fenômenos mais intrigantes do nosso Sistema Solar: um jato de água e poeira que sai violentamente do polo sul da lua Encélado em direção ao espaço. Encélado é a sexta maior lua de Saturno.
Uma equipe coordenada pelo físico Jürgen Schmidt, da Universidade de Potsdam, Alemanha, descobriu porque as partículas de poeira na coluna de fumaça emergem mais lentamente do que o vapor de água que escapa da crosta de gelo da lua, o que pode explicar até mesmo a formação de um dos anéis de Saturno.
Os pesquisadores afirmam que as chamadas "partículas de poeira" nada mais são do que grânulos de gelo. O vapor d'água não pode ser a causa da diminuição de velocidade dessas partículas porque os dois tipos de material estão longe demais um do outro para interagirem. Eles sugerem que a alteração na velocidade ocorre ainda abaixo da superfície da lua, antes do jato ser expelido para o espaço de forma parecida a um gêiser.
Equilíbrio em diversos estados
A fumaça escapa por meio de um complexo sistema de rachaduras na crosta de Encélado, vindo de centenas de metros de profundidade. Essas rachaduras têm larguras variáveis, e esta variação altera as condições de temperatura e pressão do vapor, causando a condensação do vapor em grânulos de gelo.
A densidade de vapor necessária para acelerar o grânulos de gelo até as velocidades em que eles saem implica em temperaturas na quais a água líquida pode existir em equilíbrio com o gelo sólido e com a água na forma de vapor, ainda no interior da crosta gelada.
As partículas de gelo, contudo, sofrem incontáveis colisões no interior dos canais antes de chegar à superfície. É esta fricção que faz com que elas sejam ejetadas a uma velocidade menor.
Água no Sistema Solar
A existência de água líquida é um pré-requisito para a existência da vida como a conhecemos. Embora ainda não haja nenhuma evidência de vida em Encélado, a lua de Saturno é um dos poucos lugares onde já foram encontrados sinais de água no Sistema Solar, juntamente com a própria Terra, Marte e a lua Europa, de Júpiter.