Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/01/2022
Esferoide oblato
Há cerca de uma década, astrônomos descobriram um planeta sendo engolido por estrela, um processo que o fez assumir o formato de uma bola de rúgbi, tornando-o um dos exoplanetas mais estranhos que se conhece.
Agora a lista aumentou, com a detecção do WASP-103b, outro exoplaneta que também tem o estranho formato chamado esferoide oblato, um esferoide cujo eixo equatorial é maior do que o eixo polar.
A sigla WASP não indica que os dois planetas extrassolares seriam do mesmo sistema: WASP é uma organização internacional que opera telescópios automatizados em busca de exoplanetas através do método de trânsito planetário - o termo é a sigla em inglês para rastreio de planetas de grande angular.
A propósito, enquanto o WASP-12b, aquele que está sendo engolido pela estrela, está na Constelação do Cocheiro, o recém-descoberto WASP-103b está na Constelação de Hércules.
Forças de maré
O WASP-103b também está sendo deformado pelas fortes forças de maré entre o planeta e sua estrela hospedeira, que é cerca de 1,7 vez maior que o Sol e só ligeiramente mais quente. O detalhe é que o planeta está muito próximo da estrela, cerca de cinquenta vezes mais próximo de sua estrela do que a Terra está do Sol.
Tudo isso parece ser suficiente para deformar totalmente o planeta, dando-lhe seu aspecto elíptico característico.
"A resistência de um material à deformação depende de sua composição. Só podemos ver as marés da Terra nos oceanos. A parte rochosa não se move muito. Portanto, medindo o quanto o planeta está deformado, podemos determinar quanto dele é composto de rocha, gás ou água," disse Babatunde Akinsanmi, da Universidade de Genebra, na Suíça.
O planeta WASP-103b tem quase o dobro do tamanho de Júpiter, mas tem apenas uma vez e meia sua massa.
"Em princípio, esperaríamos que um planeta com 1,5 vez a massa de Júpiter tivesse aproximadamente o mesmo tamanho. Portanto, o WASP-103b deve estar altamente inflado devido ao aquecimento de sua estrela próxima e talvez outros mecanismos," disse Monika Lendl, membro da equipe.