Com informações do Inpe - 03/07/2017
Atlas Brasileiro de Energia Solar
O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) lançará em julho a segunda edição do Atlas Brasileiro de Energia Solar.
Pouco mais de 10 anos após o lançamento da primeira versão do Atlas, de 2006, a publicação trará informações atualizadas sobre o potencial de geração de energia elétrica a partir da matriz fotovoltaica do país.
Os dados apontam para uma "enorme" capacidade de explorar esse recurso, principalmente no chamado Cinturão Solar, área que se estende do Nordeste até o Pantanal, passando pelo norte de Minas Gerais, sul da Bahia e norte e nordeste de São Paulo.
Nesta nova versão, os dados obtidos por meio de satélites permitiram uma análise mais profunda sobre a real capacidade do país no setor e indica a possibilidade de expansão da produção total e dos meios de geração de energia elétrica solar.
A nova edição utilizou informações levantadas durante 17 anos. Nela, já dados sobre a quantidade e disponibilidade da radiação solar, a variação de potência dos raios, como os fatores climáticos - notadamente a presença de nuvens - influenciam a disponibilidade e a influência da topografia para a incidência dos feixes de luz solar.
Energia solar industrial e doméstica
Segundo o coordenador dos estudos, Ênio Pereira, o Atlas contribuirá para a tomada de decisões estratégicas nas políticas públicas do setor de energia elétrica.
"Para você usar qualquer forma de energia, tem que conhecer a disponibilidade dela. O Atlas fornece a informação sobre a quantidade, a disponibilidade da radiação solar e como ela varia, as questões climáticas que influenciam, a topografia, a variação de disponibilidade. Ele serve para tomada de decisões do governo, para a iniciativa privada definir investimentos e para estudiosos entenderem a disponibilidade de energia solar no Brasil", explicou o físico.
O Atlas também traz informações técnicas para a instalação de equipamentos solares para uso doméstico, como geradores locais de energia elétrica ou aquecedores de água.
Atualmente, a participação da fonte solar na matriz energética brasileira representa apenas 0,02% do total produzido no país. Na avaliação de Ênio Pereira, a capacidade produtiva do Brasil pode crescer com a instalação de novos empreendimentos. "O potencial para gerar energia solar no Brasil é gigantesco, especialmente no Cinturão Solar. Toda essa área tem um potencial enorme de geração, porque tem incidência de muita luz solar e durante um longo período, especialmente entre maio e setembro, que é uma época de seca na maior parte desse território", afirma o físico.
Para produzir o Atlas Brasileiro de Energia Solar, o Inpe contou com a participação de pesquisadores de várias instituições brasileiras, como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Tecnológica Federal do Paraná e Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Serão produzidas 1.500 cópias do estudo, que serão distribuídas para instituições do setor.