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Pela primeira vez fotografamos uma estrela de outra galáxia

Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/11/2024

Estrela de outra galáxia é fotografada pela primeira vez
Não é uma foto muito nítida, mas é um feito digno de ser comemorado.
[Imagem: ESO/K. Ohnaka et al.]

Estrela de outra galáxia

Astrônomos tiraram a primeira foto "detalhada" de uma estrela localizada em outra galáxia, fora da Via Láctea.

A estrela gigante está na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea, a mais de 160.000 anos-luz de distância. Seu nome é WOH G64 e é uma das maiores supergigantes vermelhas que conhecemos.

As supergigantes vermelhas são as maiores estrelas conhecidas. São estrelas que estão ficando sem hidrogênio em seus núcleos, o combustível que alimenta a fusão nuclear. Uma camada de gás hidrogênio ao redor do núcleo queima, expandindo enormemente o volume da estrela.

A WOH G64 é enorme, com os cálculos indicando que ela tem entre 1.540 e 2.575 vezes o tamanho do Sol - nossos instrumentos não conseguiriam tirar uma foto dela se ela não fosse tão grande.

Uma descoberta importante é que a estrela está apresentando sinais que podem indicar que ela está a caminho de explodir, um processo que nunca vimos em tempo real.

A estrela tem sido um alvo dos astrônomos desde que foi descoberta, na década de 1970, mas sua distância tornava difícil examiná-la em detalhes.

Agora, Jacco van Loon e colegas da Universidade Keele, no Reino Unido, tiraram uma foto da WOH G64 usando o interferômetro VLT, localizado no deserto do Atacama, no Chile, uma coleção de quatro telescópios conectados para funcionar como se fossem um único telescópio de 200 metros.

Estrela de outra galáxia é fotografada pela primeira vez
À direita, uma impressão artística de como deve ser o sistema, caso tivéssemos instrumentos com resolução suficiente para vê-lo em maiores detalhes.
[Imagem: ESO/K. Ohnaka et al./ L. Calçada]

Talvez exploda

A imagem, que foi capturada usando luz infravermelha, mostra um anel brilhante de gás e poeira muito quentes - mais de 1000 °C - que a estrela ejetou e que agora a envolve como um casulo. A estrela parece mais fraca do que quando foi observada pela última vez, de modo que o gás e a poeira provavelmente apareceram apenas recentemente, mostrando um evento se desenrolando rapidamente.

Essa camada de gás e poeira pode ter sido produzida pela estrela ejetando suas camadas externas. Se este for o caso, então a estrela pode estar a anos, décadas no máximo, de explodir.

No entanto, é muito difícil dizer com certeza se o gás e a poeira observados, e o escurecimento associado no brilho, são um sinal de uma explosão iminente, disse a equipe - pode ser simplesmente o comportamento de uma estrela conhecida por ter um brilho variável.

Bibliografia:

Artigo: Imaging the innermost circumstellar environment of the red supergiant WOH G64 in the Large Magellanic Cloud
Autores: K. Ohnaka, K.-H. Hofmann, G. Weigelt, J. Th. van Loon, D. Schertl, S. R. Goldman
Revista: Astronomy and Astrophysics
Vol.: 691, L15
DOI: 10.1051/0004-6361/202451820
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