Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/11/2023
Compósito reativo
Indo além dos materiais auxéticos - materiais que encolhem quando são comprimidos ou se expandem na perpendicular da pressão que recebem - pesquisadores desenvolveram agora um novo material compósito que apresenta comportamentos diferentes dependendo da temperatura a que está submetido.
Isto permite que ele seja programado para realizar tarefas específicas, o que o torna talhado para fazer parte da próxima geração de robótica autônoma, que deverá interagir com o meio ambiente.
Weichen Li e colegas da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, nos EUA, usaram algoritmos de computador, dois polímeros diferentes e impressão 3D para fazer engenharia reversa de um material que se expande e contrai em resposta à mudança de temperatura - com ou sem intervenção humana.
"Criar um material ou dispositivo que responda de maneiras específicas dependendo de seu ambiente é muito desafiador para conceituar usando apenas a intuição humana - existem inúmeras possibilidades de projeto. Então, em vez disso, decidimos trabalhar com um algoritmo de computador, para ajudar a determinarmos a melhor combinação e geometria dos materiais," disse a professora Xiaojia Zhang.
Robótica responsiva
O compósito bipolimérico pode se comportar de maneira diferente sob diversas temperaturas com base em um controle por parte do usuário ou na detecção autônoma: Ele pode se comportar como uma borracha macia em baixas temperaturas e como um plástico rígido em altas temperaturas.
Para demonstração, o novo material termorresponsivo foi usado para realizar uma tarefa simples: Ligar e desligar LEDs em resposta a variações de temperatura. Mas a equipe acredita que ele poderá fazer muito mais do que isso.
"Nosso estudo demonstra que é possível projetar um material com capacidade inteligente de detecção de temperatura, e imaginamos que isso será muito útil na robótica," disse Zhang. "Por exemplo, se a capacidade de carga de um robô precisar mudar quando a temperatura mudar, o material 'saberá' adaptar seu comportamento físico para parar ou executar uma tarefa diferente."
Na verdade, o elemento crucial deste trabalho está mais no processo de otimização, o algoritmo que ajudou os pesquisadores a interpolar a distribuição e as geometrias dos dois materiais poliméricos necessários para atingir a funcionalidade desejada. Comprovado o método, agora será possível procurar outras combinações que possam ser ativadas por outros gatilhos.
"Nosso próximo objetivo é usar esta técnica para adicionar outro nível de complexidade ao comportamento programado ou autônomo de um material, como a capacidade de sentir a velocidade de algum tipo de impacto de outro objeto," anunciou Zhang. "Isso será fundamental para que os materiais robóticos saibam como responder aos vários perigos no campo."