Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/05/2019
Espuma de nanocelulose
Um material derivado de plantas, que respeita o meio ambiente, pela primeira vez apresentou desempenho para isolamento térmico e mecânico similar ao do poliestireno expandido, mais conhecido pela marca comercial Isopor®.
A espuma é feita principalmente de nanocristais de celulose usando um processo de fabricação simples que usa água como solvente, em vez de solventes agressivos ao meio ambiente.
Embora consista de 98% de ar, os 2% restantes do poliestireno expandido são derivados do petróleo, o que significa que o material não se degrada naturalmente e pode criar poluição danosa se for queimado. Apesar dos esforços do fabricante da marca isopor®, a reciclagem do produto ainda é pequena, e várias empresas de reaproveitamento sequer aceitam o material.
Por isso, Peipei Wang, da Universidade do Estado de Washington, nos EUA, começou a trabalhar em uma espuma à base de celulose que pudesse atingir níveis de desempenho similares ao poliestireno expandido vendido no comércio e que não se degradasse com o calor e a umidade, como vem acontecendo com experimentos nessa área.
O resultado é um material composto de cerca de 75% de nanofibras de celulose retiradas da polpa de madeira. A adição de álcool polivinílico, outro polímero que se liga aos cristais de nanocelulose, tornou as espumas mais elásticas.
Isolante térmico verde
O material contém uma estrutura celular uniforme, o que significa que ele é um bom isolante. Pela primeira vez, os pesquisadores relatam que um material à base de plantas superou as capacidades de isolamento do poliestireno expandido disponível comercialmente.
O material também é muito leve, podendo suportar até 200 vezes o seu peso sem alterar a forma, degrada-se bem e sua queima não produz cinzas poluentes.
"Nossos resultados demonstram o potencial de materiais renováveis, como a nanocelulose, para materiais de isolamento térmico de alto desempenho, que podem contribuir para a economia de energia, menor uso de materiais à base de petróleo e redução de impactos ambientais adversos," disse o professor Amir Ameli, coordenador da equipe.