Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/10/2018
Máquina de criptografia quântica
Este aparelho dourado com aspecto futurístico, pouco maior do que uma caixa de sapatos, mostrou-se capaz de levar ao espaço uma das tecnologias mais delicadas da atualidade: a criptografia quântica.
Uma versão ultramoderna da famosa Enigma, uma máquina eletromecânica de criptografia usada durante as guerras do século passado, esta é uma fonte quântica de fótons, que são postos em entrelaçamento para codificar as mensagens de uma forma que é virtualmente impossível de decodificação sem a chave correta - e sem denunciar a tentativa de ataque.
Fabricada por uma equipe do Instituto Fraunhofer de Óptica Aplicada e Engenharia de Precisão, na Alemanha, a máquina de criptografia fotônica acaba de passar pelos testes que a qualificaram para ir ao espaço, garantindo a comunicação segura por meio de satélites.
O aparelho foi testado ao extremo, suportando grandes variações de temperatura - de -40 a +60 graus Celsius - exposição ao frio e ao calor no vácuo, e passeios dignos de um peão de rodeio em uma plataforma vibratória de três eixos. O veredito é que a fonte sobreviverá a um lançamento de foguete e resistirá às severas condições fora do planeta.
Isso a qualificou para ser utilizada em um satélite de comunicações quânticas que a Agência Espacial Europeia (ESA) pretende lançar nos próximos quatro anos.
Comunicação quântica via satélite
A fonte quântica espacial gera 300.000 pares de fótons entrelaçados por segundo quando a luz de um feixe de laser atinge um cristal não linear.
Essas partículas de luz geminadas permitem que mensagens confidenciais sejam criptografadas com segurança. A polarização dos dois fótons permanece entrelaçada - isto é, correlacionada - não importa quão distantes eles estejam um do outro.
Isto permite que duas partes em comunicação produzam e compartilhem chaves e detectem imediatamente se uma terceira parte tentar interceptar sua comunicação. Se uma pessoa não autorizada interferir com a mensagem, os dois fótons se desvencilharão, denunciando que uma tentativa de invasão está em andamento.
Enquanto as comunicações e a criptografia quântica já estejam avançando em testes reais aqui embaixo, por meio de fibras ópticas, a comunicação segura via satélite exigirá que os sinais seguros sejam recebidos por dispositivos similares a telescópios, capazes de rastrear os satélites com extrema precisão para capturar esses fótons individualmente.