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Empresários querem que governo estude o mercado de TIC

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - 20/05/2014


O mercado de negócios no Brasil está crescendo a taxas de 10% ao ano, em dólar, e de 15%, em reais.

"Tirando a China, é o país que mais cresce, mais do que a Índia, mais do que o dobro da média mundial," disse Antônio Gil, membro da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), durante o painel sobre "O Brasil como Potência de Inovação e Tecnologia", no 26º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos, no Rio de Janeiro.

No ano passado, o volume de negócios do setor atingiu em torno de US$ 233 bilhões, o que manteve o país na quarta posição, no mundo.

Apesar desse cenário positivo, Gil assegurou que não está tudo bem no Brasil.

Segundo ele, há áreas críticas em que o país não está usando tecnologia da informação, como a educação e as pequenas e médias empresas. O empresário também destacou que é possível melhorar o uso das TICs em processos governamentais e também nas empresas privadas.

"É preciso que se olhe essas questões. E é preciso que se olhe, mais do que nunca, no longo prazo, porque a tecnologia se altera com velocidade extraordinária e nós não estamos enxergando além do nariz," afirmou.

Ele indicou a necessidade de se estudar o cenário para, pelo menos, até 2050, "nós nos prepararmos e fazermos ajustes". Países como Coreia já estão trabalhando nesse sentido, advertiu.

Vendas para o governo

Contudo, ao propor ações concretas, a associação de empresários quer que o governo crie um grupo de trabalho e patrocine um estudo para discutir essas matérias.

Certamente o mais interessante seria ver um estudo feito do ponto de vista das empresas, visando a ocupação de mercado por meio de inovações e com foco na lucratividade.

Somente o foco nos negócios poderá tornar as empresas brasileiras - de qualquer setor - independentes das compras do governo. O governo é um grande e bom comprador, mas sem aprender a vender para clientes privados são poucas as chances dessas empresas brasileiras competirem no mercado externo.

Outra sugestão apresentada pelos empresários é a criação do cargo de diretor digital, que se reportaria diretamente à presidência da República e coordenaria tudo que o Brasil está fazendo nesse campo - o que eventualmente facilitaria o lobby quando o assunto fossem as compras estatais.

Antônio Gil salientou ainda que o Brasil precisa de grandes empresas na área de tecnologia da informação: "Nós somos o quarto maior mercado do mundo e a nossa maior empresa fatura US$ 1 bilhão, quando a Índia tem cinco empresas faturando US$ 10 bilhões".

Talvez, se o foco mudar das compras governamentais para as vendas privadas esse quadro possa mudar.

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