Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/03/2023
Sensores que se pode comer
Pesquisadores da Universidade de Sussex, no Reino Unido, testaram com sucesso novos sensores biodegradáveis para monitoramento da saúde, que podem mudar a maneira como experimentamos a tecnologia de diagnóstico de saúde e condicionamento físico.
Similares aos usados por corredores ou pacientes para monitorar a frequência cardíaca e a temperatura, os novos sensores são feitos de elementos naturais, como sal-gema, água e algas marinhas, combinados com grafeno, que é carbono puro.
Isso torna os sensores totalmente biodegradáveis, segundo a equipe, portanto mais ecológicos do que as alternativas comumente usadas à base de borracha e plástico.
Sua composição natural também os coloca dentro do emergente campo científico dos "eletrônicos comestíveis" - dispositivos eletrônicos que são seguros para uma pessoa consumir, como os usados nos chamados "comprimidos inteligentes".
Melhor ainda, os pesquisadores constataram que seus sensores à base de algas superam os hidrogéis e nanomateriais sintéticos existentes, já usados em monitores de saúde vestíveis, em termos de sensibilidade - isso significa que eles registram os sinais vitais de uma pessoa com maior precisão.
Tatuagens eletrônicas
As algas marinhas são antes de tudo um material eletricamente isolante. Mas bastou adicionar uma quantidade mínima de grafeno para criar um filme eletricamente condutor. Quando embebido em um banho de sal, o filme absorve água rapidamente, resultando em um hidrogel macio, esponjoso e eletricamente condutor.
"Nós demonstramos que esses hidrogéis têm propriedades piezorresistivas de última geração que facilitam as capacidades de detecção de pressão que excedem em muito os limites dos sistemas de hidrogéis comerciais e descritos na literatura. Nossos sensores são tão sensíveis que, de fato, conseguem medir um objeto de apenas 2 mg de massa, equivalente a uma única gota de chuva, impactando sua superfície," escreveu a equipe.
Embora sensores ambientais vão exigir dispositivos mais robustos, a tecnologia de monitoramento de saúde parece ser o campo ideal de aplicação para esses dispositivos, já que as aplicações futuras dos sensores vestíveis de nível clínico têm assumido a forma de uma segunda pele ou uma tatuagem temporária. Isso melhoraria significativamente a experiência geral do paciente, sem a necessidade de instrumentos, fios e eletrodos hospitalares mais comumente usados e potencialmente invasivos.