Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/01/2011
Tecnologia ITO
Os apaixonados por tecnologia geralmente se dão bem com siglas.
Mas a grande maioria dos felizes compradores de TVs de tela plana, ou dos celulares mais modernos, sem falar nos tablets, provavelmente nunca ouviu falar de ITO.
Pois é graças à tecnologia ITO que todas essas tecnologias de telas e monitores se tornou possível.
Com pixels cada vez menores, seria impossível usar fios comuns para alimentar e controlar cada um deles individualmente.
Surgiram então os eletrodos transparentes, finíssimas películas condutoras de eletricidade que podem ser montadas sobre os próprios pixels. Por serem transparentes, elas não interferem com a imagem, permitindo que os pixels sejam colocados em uma densidade que não seria possível de outra forma.
É aí que entra a sigla ITO, de Indium Tin Oxide, ou óxido de índio dopado com estanho. É com esse material que são feitos esses eletrodos transparentes.
O problema do índio
É contando com esses eletrodos transparentes que se fala em painéis solares que podem ser colados sobre as janelas, computadores de vestir e dispositivos biomédicos que se adaptam a todos os movimentos do corpo humano.
Mas há problemas sérios no caminho dos eletrodos transparentes de ITO.
O índio é raro e cada vez mais caro. Basta somar toda a demanda por esse metal prevista para os próximos anos para ver que todas as minas conhecidas de índio se esgotarão antes de realizar a maioria dos sonhos dos visionários da tecnologia.
Por isso tem havido um movimento frenético dos pesquisadores em busca de alternativas ao óxido de índio-estanho.
Infelizmente, as notícias boas na área têm sido escassas.
Eletrodos transparentes
É exatamente por isto que os resultados do trabalho da equipe do Dr. Qibing Pei, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, está chamando a atenção.
Pei e seus colegas publicaram um artigo na revista Advanced Materials onde eles descrevem uma das primeiras alternativas ao ITO.
Os pesquisadores fabricaram eletrodos transparentes usando nanofios de prata (AgNW), depositados sobre um substrato do polímero poliacilato, que é mais barato do que o vidro e que pode ser fabricado para ser duro e rígido ou flexível e esticável como uma borracha.
Segundo os pesquisadores, os eletrodos de polímero/AgNW têm alta transparência, são mais fáceis de trabalhar e apresentam menor rugosidade superficial do que os eletrodos de ITO.
Outra vantagem é que o polímero utilizado tem a propriedade da memória de forma, o que permitirá a fabricação de dispositivos eletrônicos que podem ser deformados sem perderem a funcionalidade.
A deformação é reversível, provoca danos mínimos aos aparelhos e pode ser repetida por muitos ciclos.