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Disco voador cósmico traz surpresas sobre formação de planetas

Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/02/2016

Disco voador cósmico traz surpresas sobre formação de planetas
O disco de poeira em torno da estrela, visto de perfil quando observado da Terra, tem a aparência de um disco voador.
[Imagem: Digitized Sky Survey 2/NASA/ESA]

Discos protoplanetários

Astrônomos usaram o radiotelescópio ALMA e os telescópios do IRAM para fazer a primeira medição direta da temperatura dos grãos de poeira situados nas regiões periféricas de um disco de formação planetária, o pó em torno de uma estrela jovem que resultará na formação de planetas.

O alvo foi um objeto celeste curioso que, devido ao seu formato foi apelidado de Disco Voador - seu nome oficial é 2MASS J16281370-2431391 na região de formação estelar Rho Ofiúco, a 400 anos-luz de distância da Terra.

E o Disco Voador trouxe surpresas.

Os resultados indicam que os grãos de poeira são muito mais frios do que o esperado: -266º Celsius.

Este resultado surpreendente indica que os modelos teóricos desses discos protoplanetários precisam ser revisados.

Revisando os modelos

A temperatura medida é muito mais baixa dos que os -258 a -253º Celsius (15 a 20 Kelvin) que a maioria dos modelos teóricos prevê. Para explicar esta discrepância, os grãos de poeira grandes devem ter propriedades diferentes das que se assumem atualmente, de modo a permitirem o seu resfriamento até temperaturas tão baixas.

Se estas temperaturas baixas da poeira forem uma característica normal dos discos protoplanetários, isto pode ter muitas consequências na compreensão de como estes objetos se formam e evoluem para planetas.

Por exemplo, propriedades diferentes da poeira afetarão o que se passa quando as partículas colidem e portanto afetarão também o seu papel na criação das sementes da formação de planetas.

Temperaturas baixas da poeira podem também ter um grande impacto nos discos com poeira mais fina. Se estes discos forem majoritariamente compostos por grãos maiores e mais frios do que o que se supõe atualmente, isto pode significar que estes discos compactos são arbitrariamente massivos e por isso podem ainda formar planetas gigantes relativamente próximos da estrela central, como os que têm sido observados nas buscas por exoplanetas.

Bibliografia:

Artigo: The shadow of the Flying Saucer: A very low temperature for large dust grains
Autores: S. Guilloteau, V. Piétu, E. Chapillon, E. Di Folco, A. Dutrey, T. Henning, D. Semenov, T. Birnstiel, N. Grosso
Revista: Astronomy & Astrophysics Letters
Vol.: 586, L1, 5
DOI: 10.1051/0004-6361/201527620
Link: http://arxiv.org/abs/1601.01548
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