Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/06/2018
Astrocronologia
Para aqueles que 24 horas no dia parecem não ser suficientes, os geocientistas têm boas notícias: Os dias na Terra estão ficando mais longos.
Para mensurar essa variação, Stephen Meyers (Universidade de Wisconsin-Madison) e Alberto Malinverno (Universidade de Colúmbia) reconstruíram a história da relação do nosso planeta com a Lua.
Para isso, eles criaram uma ferramenta, um método estatístico, que liga a teoria astronômica à observação geológica. Esse novo campo, chamado astrocronologia, permite olhar para o passado geológico da Terra, reconstruir a história do Sistema Solar e entender as mudanças climáticas antigas conforme elas são registradas no registro das rochas.
Essa junção de áreas de pesquisa acabou por dar sustentação à teoria do Sistema Solar caótico, que Meyers ajudou a sedimentar no ano passado.
Essa teoria ajudou a construir a nova ferramenta estatística, cujos resultados mostram que, 1,4 bilhão de anos atrás, um dia na Terra durava pouco mais de 18 horas.
"À medida que a Lua se afasta, a Terra fica como uma patinadora girando que desacelera conforme estica os braços," explica Meyers.
A Lua está atualmente se afastando da Terra a uma taxa de 3,82 centímetros por ano. Usando essa taxa atual, os cientistas extrapolaram o tempo rumo ao passado e os dados indicam que, se essa taxa fosse constante, "além de 1,5 bilhão de anos atrás, a Lua estaria perto o suficiente para que suas interações gravitacionais com a Terra tivessem rasgado a Lua," explica Meyers.
No entanto, isso não aconteceu, e as medições indicam que a Lua tem 4,5 bilhões de anos. Ou seja, nem tudo sempre foi como é hoje - há um certo "caos" no comportamento dos astros do Sistema Solar.
Considerando o atual comportamento da Terra e da Lua, os dias na Terra estão ficando mais longos - 1,8 milissegundo mais longos por século.