Com informações da APS - 20/02/2015
Memória e repetidor
O diamante é bastante popular entre as equipes que desenvolvem computadores quânticos porque ele é um hospedeiro natural e muito eficiente de qubits - e também serve como máquina de teletransporte.
E agora duas equipes demonstraram quase ao mesmo tempo que o diamante pode ser usado para construir outras peças fundamentais para a computação quântica.
Duncan England e seus colegas do Conselho Nacional de Pesquisas do Canadá demonstraram que é possível armazenar e recuperar fótons nas vibrações das redes atômicas internas do diamante.
Isto significa a criação de uma memória quântica que funciona a temperatura ambiente e em alta velocidade, sem os complicados esquemas de fabricação exigidos por outras abordagens.
Hideo Kosaka e Naeko Niikura, da Universidade de Yokohama, no Japão, por sua vez, descobriram que um fóton pode ser entrelaçado com o spin de uma vacância de nitrogênio no interior do diamante - vacâncias de nitrogênio são defeitos na rede cristalina do diamante que estão sendo usados como qubits.
Isto permite criar um repetidor quântico, uma espécie de reforçador de sinais que permitirá transferir o fenômeno do entrelaçamento do fóton que chega para um fóton mais forte que continuará o caminho.
Tecnologia quântica
As duas equipes colocaram o diamante em dois pontos cruciais da tecnologia quântica: enquanto o grupo canadense desenvolveu uma técnica útil para as operações de alta velocidade - na faixa dos terahertz - no interior dos processadores quânticos, a equipe japonesa criou um esquema que permite o uso do diamante nas comunicações quânticas de longa distância.
A expectativa é que, de posse das duas novas ferramentas, os pesquisadores possam avançar alguns passos significativos rumo ao tão esperado computador quântico.