Com informações da BBC - 18/12/2013
Cientistas australianos descobriram indícios de que algumas montanhas da Antártida têm muito mais do que gelo - elas podem abrigar depósitos de diamantes.
Gregory Yaxley e seus colegas da Universidade Nacional Australiana identificaram pela primeira vez na região rochas conhecidas como kimberlitos, um grupo onde rochas onde geralmente são encontrados diamantes.
Os diamantes são formados a partir de carbono puro submetido a temperaturas e pressão extremas, em locais muito profundos.
Os kimberlitos também são formados em grandes profundidades, geralmente a mais de 150 km. Posteriormente, erupções vulcânicas trazem os kimberlitos para a superfície.
Um kimberlito pode trazer diamantes até a superfície caso passe por regiões no manto ou na crosta que sejam ricas neste mineral, e desde que sua velocidade de ascensão seja rápida o suficiente para não desestabilizar a estrutura do diamante - caso contrário ele se converteria em grafite, outra forma de cristalização do carbono.
A presença dessas rochas é considerada um indício da existência de depósito de diamantes em várias partes do mundo, incluindo África, Sibéria e Austrália.
No Brasil há várias ocorrências de kimberlitos, mas nenhuma mina de diamantes a partir deles. A maioria dos kimberlitos brasileiros já foi desgastada pela erosão, e os diamantes escorreram para o leito de rios - são os chamados diamantes de aluvião.
Diamantes na Antártica
Os pesquisadores australianos recolheram três amostras de kimberlitos nas montanhas Príncipe Charles - eles ainda não encontraram os diamantes.
Mesmo se descobrirem uma grande quantidade de diamantes na região, isso não significa que haverá mineração imediata no local.
Um tratado internacional proíbe qualquer extração de fontes minerais, a não ser em casos de pesquisas científicas.
O tratado, no entanto, será revisto em 2041 e pode alterar esse cenário.
"Não sabemos quais serão os termos do tratado após 2041 ou se haverá alguma tecnologia que possa tornar economicamente viável a extração de diamantes na Antártida", disse Kevin Hughes, do Comitê Científico para Pesquisas na Antártida.