Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/02/2021
Polimento do diamante
Pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, poliram um cristal de diamante até que ele ficasse quase atomicamente liso.
Este procedimento será útil para ajudar o diamante a substituir pelo menos alguns dos componentes de silício nos dispositivos eletrônicos.
O diamante é a substância natural mais dura e essencialmente não reage com produtos químicos. Fazer seu polimento com ferramentas igualmente duras é aceitável para fazer joias, mas isso danifica a superfície quando se olha sob um microscópio eletrônico; e o polimento químico convencional é lento demais para a indústria.
Os pesquisadores então modificaram a superfície de um vidro de quartzo e, em seguida, poliram o diamante com plasma e com ferramentas de quartzo customizadas.
"O polimento assistido por plasma é uma técnica ideal para o diamante de cristal único," explicou o professor Nian Liu. "O plasma ativa os átomos de carbono na superfície do diamante sem destruir a estrutura do cristal, o que permite que uma placa de vidro de quartzo alise suavemente as irregularidades da superfície."
O diamante de cristal único, antes do polimento, tinha muitas saliências semelhantes a degraus e era ondulado, com uma rugosidade média de 0,66 micrômetro. Após o polimento, os defeitos topográficos desapareceram e a rugosidade da superfície chegou a 0,4 nanômetro, ou 4 ângstrons, o que é uma lisura quase atômica, já que um átomo de carbono tem um diâmetro de 1,5 ângstrom.
Eletrônica e computação quântica
Finalmente, a equipe confirmou que a superfície polida não foi alterada quimicamente. Por exemplo, eles não detectaram grafite - portanto, nenhum carbono danificado. A única impureza detectada foi uma quantidade muito pequena de nitrogênio da preparação original do cristal.
Uma limitação do silício é que as altas temperaturas o danificam, o que limita a velocidade de operação dos componentes eletrônicos feitos com esse semicondutor. O diamante de cristal único é uma alternativa, mas os métodos comuns de polir sua superfície - um requisito para seu uso em eletrônica - são demorados e estavam longe da perfeição até agora.
Além disso, os qubits de diamante estão entre as estrelas da computação quântica.