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Detectada primeira emissão de rádio de um exoplaneta

Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/12/2020

Detectada primeira emissão de rádio de um exoplaneta
Nesta representação artística do sistema Tau Bootes b, as linhas que representam o campo magnético invisível são mostradas protegendo o planeta júpiter quente da radiação de sua estrela.
[Imagem: Jack Madden/Cornell University]

Transmissão de rádio de exoplaneta

Astrônomos detectaram o que parece ser a primeira emissão de rádio feita por um planeta além do nosso Sistema Solar.

Mas ainda não há motivos para comemorações do pessoal do SETI, que busca por sinais de civilizações extraterrestres: O sinal parece ser uma emissão natural do planeta, que não apresenta condições de habitabilidade.

"Apresentamos um dos primeiros indícios de detecção de um exoplaneta no domínio do rádio. O sinal é do sistema Tau Bootes, que contém uma estrela binária e um exoplaneta. Defendemos uma emissão pelo próprio planeta. Pela força e polarização do sinal de rádio e do campo magnético do planeta, a emissão é compatível com as previsões teóricas," disse Jake Turner, da Universidade de Cornell, nos EUA.

Se a detecção de emissão de radiofrequências por exoplanetas for confirmada por outros radiotelescópios, que agora serão apontados para o sistema, isso representa uma nova ferramenta para que os astrônomos possam estudar esses mundos distantes, cuja luz é fraca demais para permitir estudos detalhados na faixa da luz visível.

O planeta é um júpiter quente, um gigante gasoso que orbita muito próximo de sua estrela. A equipe também já tem outros duas possíveis emissões de rádio, ainda por serem confirmadas, oriundas dos sistemas 55 Câncer e Ípsilon Andrômeda.

Assinatura de rádio e campo magnético

A emissão de sinais de rádio envolve o campo magnético do planeta, o que pode trazer informações sobre sua atmosfera e seu interior, assim como sobre a física da interação entre os corpos celestes do sistema.

É o campo magnético da Terra que nos protege do vento solar, mantendo o planeta habitável. "O campo magnético de exoplanetas semelhantes à Terra pode contribuir para sua possível habitabilidade, protegendo sua própria atmosfera do vento solar e dos raios cósmicos, e protegendo o planeta da perda atmosférica," disse Turner.

Dois anos atrás, Turner e seus colegas examinaram a assinatura das emissões de rádio de Júpiter - do nosso Júpiter - e extrapolaram essas emissões para imitar as possíveis assinaturas de um exoplaneta distante. Esses resultados se tornaram o modelo para a pesquisa da emissão de rádio de exoplanetas de 40 a 100 anos-luz de distância.

Contudo, a assinatura detectada com o radiotelescópio Lofar, nos Países Baixos, é fraca. "Permanece alguma incerteza de que o sinal de rádio detectado seja do planeta. A necessidade de observações de acompanhamento é crítica," reconheceu Turner.

O plano consiste em usar vários radiotelescópios, em vários pontos da Terra, para seguir o sinal de Tau Bootes por um período maior, confirmando sua existência.

Bibliografia:

Artigo: The search for radio emission from the exoplanetary systems 55 Cancri, upsilon Andromedae, and tau Boötis using LOFAR beam-formed observations
Autores: J. D. Turner, P. Zarka, J.-M. Griessmeier, J. Lazio, B. Cecconi, J.-E. Enriquez, J. N. Girard, R. Jayawardhana, L. Lamy, J. D. Nichols, I. Pater
Revista: Astronomy & Astrophysics
DOI: 10.1051/0004-6361/201937201
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