Com informações da Agência Brasil - 10/04/2019
Dessalinizador solar
Um dessalinizador solar de baixo custo de implantação e manutenção, com capacidade para produzir água potável sem uso de eletricidade e livre de produtos químicos, tornou-se um aliado de famílias do semiárido da Paraíba, que enfrentam longas estiagens e sofrem com escassez de água de boa qualidade.
O modelo já atendeu a cerca de 300 famílias e está disponível em um banco de tecnologias online disponibilizado pela Fundação Banco do Brasil. As tecnologias podem ser replicadas gratuitamente, por qualquer pessoas e em qualquer parte do país.
A tecnologia do dessalinizador, divulgada pela Fundação, foi desenvolvida em uma parceria da Cooperativa de Trabalho Múltiplo de Apoio às Organizações de Autopromoção e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
O dessalinizador consiste em uma caixa construída com placas pré-moldadas de concreto e cobertura de vidro que deixa passar a radiação solar. Dessa forma, a construção possibilita o aumento da temperatura dentro da caixa e a evaporação da água armazenada em uma lona encerada comum, do tipo usada em caminhões.
"Os poços que a gente perfura, quase em sua totalidade, têm água salobra, água salgada, o que não serve para o consumo humano. Então, desenvolvemos junto com a UEPB essa tecnologia para exatamente fazer com que essa água salgada se tornasse uma água ideal para o consumo humano," contou Jonas Marques Neto, presidente da cooperativa.
"O primeiro impacto que o dessalinizador gerou foi maior solidariedade ainda entre eles [agricultores], porque um dessalinizador desse serve para quatro ou cinco famílias, não é uma questão individual. Dá uma média de 80 litros de água por dia, que é distribuída entre eles. Nós [da cooperativa] não temos o menor poder sobre isso, eles é que têm o verdadeiro poder e eles é quem dizem como vai ser dividida essa água," acrescentou.
Outro benefício da implementação dessa tecnologia é que as pessoas conseguem manter seu modo de vida no semiárido, desenvolver as atividades e sustentar as famílias sem precisar migrar para conseguir oferta de água potável, nem recorrer a subempregos nos centros urbanos.
Tecnologias sociais
Responsável por um Banco de Tecnologias Sociais - uma base de dados com mais de 900 soluções para problemas sociais nascidas da sabedoria popular e do conhecimento científico -
A Fundação Banco do Brasil afirma que seu banco de tecnologias sociais já beneficiou cerca de 130 mil pessoas no país inteiro, em 444 municípios, por meio de um total de 389 projetos. Os projetos tiveram investimento total de R$ 156,3 milhões.
Todas as tecnologias sociais do banco fazem referência aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU) e podem ser acessadas no endereço http://tecnologiasocial.fbb.org.br.
A fundação está com inscrições abertas para certificação de novas tecnologias sociais, com a possibilidade de concorrerem a prêmios em dinheiro. Podem participar entidades sem fins lucrativos, do Brasil ou de outros países da América Latina ou do Caribe.