Com informações da Umich - 03/06/2014
Enquanto os ricos se preocupam com a sobrevivência do sistema capitalista, os cientistas estão se dando conta de que a desigualdade do sistema afeta também a academia e a ciência.
À medida que novas pesquisas documentam as crescentes desigualdades campo da economia e da saúde, a lacuna entre os "que tem" e os "não tem" está crescendo no próprio campo da investigação científica, diz Yu Xie, sociólogo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Na verdade, diz Xie, as produções científicas e suas premiações são distribuídas muito mais desigualmente do que outros produtos da área do bem-estar, tais como educação, salários ou saúde.
Os ricos ficam mais ricos, diz ele, com cientistas eminentes recebendo desproporcionalmente maior reconhecimento e maiores recompensas do que os cientistas conhecidos por contribuições comparáveis.
"Como resultado, poucas pessoas talentosas podem transformar seus sucessos iniciais em recursos para sucessos futuros, acumulando vantagens ao longo do tempo," disse Xie.
Enquanto a academia defende estas desigualdades de várias maneiras, Xie observa que, a longo prazo, as recompensas e os recursos devem ser distribuídos para que a desigualdade seja gerenciada e controlada adequadamente.
"Embora a desigualdade possa incentivar os cientistas a fazerem importantes descobertas científicas, é especialmente importante investir recursos suficientes em jovens cientistas para que eles ganhem reconhecimento," ele disse.
"É surpreendente que não se esteja dando mais atenção às grandes mudanças e desigualdades no mundo da investigação científica, tendo em conta a preocupação com a crescente desigualdade social e econômica em muitos países," disse Xie.