Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/10/2018
Criptografia quântica comercial
Um teste em ambiente real feito na Espanha comprovou que a tecnologia quântica já amadureceu a ponto de rodar na infraestrutura de telecomunicações usada comercialmente.
A demonstração foi feita por pesquisadores da Universidade Politécnica de Madrid, que projetaram um equipamento de criptografia quântica que foi construído pelo laboratório da chinesa Huawei em Munique. O teste foi realizado entre três prédios da empresa de telecomunicações Telefonica.
O teste consistiu em operar uma rede de criptografia quântica integrada na rede de fibra óptica comercial através de tecnologias baseadas em Redes Definidas por Software (SDN), permitindo a implementação de serviços de rede quântica e clássica de forma flexível, dinâmica e escalonável.
Chave quântica
O mecanismo exige ainda outros componentes, incluindo o próprio sistema de Distribuição de Chaves Quânticas (QKD: Quantum Key Distribution) e um software de virtualização de rede.
A integração de todos esses elementos permitiu demonstrar que as técnicas de criptografia quântica podem ser aplicadas em um ambiente real de produção, combinando a transmissão de dados e chaves quânticas na mesma fibra. Isso elimina as preocupações de que as tecnologias quânticas exigiriam a implantação de novas estruturas de telecomunicações.
O teste, que vem rodando desde Maio, incluiu a troca de chaves quânticas entre pontos de rede distantes até 60 quilômetros um do outro.
Implementação incremental
Segundo a equipe, a tecnologia pode ter mais de vinte canais compartilhando a mesma fibra na mesma banda óptica que usa o canal quântico, permitindo a transmissão simultânea de sinais quânticos com mais de dois terabytes por segundo em redes de área metropolitana quando se usa o padrão de módulo de 100 gigabytes por segundo.
"A capacidade de usar novas tecnologias de rede, como a SDN, projetada para aumentar a flexibilidade da rede, juntamente com a nova tecnologia QKD, é o que nos permitirá realmente convergir redes quânticas e clássicas na infraestrutura de fibra óptica comercial. Agora temos, pela primeira vez, a capacidade de implantar comunicações quânticas de maneira incremental, evitando grandes custos iniciais e usando a mesma infraestrutura," disse o professor Vicente Martin, coordenador da equipe.