Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/12/2013
Comunicação química
Um sistema inovador de comunicação molecular transmitiu mensagens quimicamente em ambientes onde outras tecnologias de comunicação não funcionam a contento.
A técnica tem uma ampla gama de aplicações, sobretudo em ambientes onde as ondas eletromagnéticas não podem ser utilizadas, como em estruturas subterrâneas, tais como túneis, minas, oleodutos ou em ambientes submarinos.
A sinalização molecular, ou sinalização química, é comum entre plantas e animais - insetos usam feromônios para sinalizações de longo alcance, por exemplo - mas até hoje ninguém havia usado essa técnica para a transmissão contínua de dados.
O feito coube a Nariman Farsad e seus colegas das universidades de Warwick (Reino Unido) e York (Canadá).
Eles desenvolveram uma forma de transformar qualquer mensagem genérica em sinais binários e convertê-los em moléculas de álcool que se evaporam ou são borrifadas para transmitir a mensagem.
Todo o equipamento necessário para a comunicação química foi construído com componentes comprados no comércio a um custo de US$100.
A demonstração da técnica incluiu a transmissão de uma mensagem em laboratório a uma distância de até 4 metros, embora os resultados tenham sido melhores a 2 metros - a mensagem continua sendo recebida a maiores distâncias, mas a velocidade de detecção é bem mais lenta.
Perfume codificado
"Acreditamos que esta seja a primeira mensagem de texto do mundo transmitida inteiramente por comunicação molecular, controlando os níveis de concentração de moléculas de álcool para codificar o alfabeto - um jato de spray representando o 1 e a ausência de spray representando um 0," explicou Farsad.
"Imagine enviar uma mensagem detalhada usando perfume - isso soa como coisa de filme de espionagem, mas na realidade é uma forma incrivelmente simples de comunicação," acrescentou o professor Weisi Guo.
Além dos locais de difícil acesso, a comunicação molecular poderá ser usada em nanoescala, sobretudo em sensores e micro e nano robôs projetados para trabalhar no interior do corpo humano.
Os pesquisadores já estão buscando ajuda de suas universidades para criar uma empresa e tentar comercializar a tecnologia.