Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/02/2016
CO2 vira combustível líquido
Sim, é possível converter diretamente o CO2 capturado na atmosfera em metanol, pronto para ser usado como combustível.
Este processo de conversão do CO2 em combustível líquido, conhecido como combustão reversa, é um objetivo perseguido por inúmeras equipes ao redor do mundo, que buscam meios de transformar a poluição dos derivados do petróleo em substitutos do petróleo.
Jotheeswari Kothandaraman e seus colegas da Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA, fizeram a conversão de CO2 em metanol seguindo um processo que tem potencial para ser escalonado para uso industrial.
O processo consiste em injetar o ar ambiente para que ele borbulhe através de uma solução aquosa de pentaetilenohexamina (ou PEHA), acrescentando um catalisador para induzir o hidrogênio a se ligar ao CO2 sob pressão. Em seguida, a solução é aquecida, convertendo 79% do CO2 em metanol.
Embora o metanol fique misturado com a água, um passo adicional de destilação pode separá-lo facilmente.
Ambientalmente viável
Muitos já argumentaram que o mero desenvolvimento desse processo, que vinha sendo buscado há muito tempo, seria o suficiente para sua adoção, por ser ele "ambientalmente viável". Contudo, o grande indutor da adoção de qualquer nova tecnologia tem sido o aspecto econômico - o "economicamente viável".
Assim, a equipe precisará trabalhar um pouco mais. Isto porque o catalisador usado é o ródio, um metal do grupo da platina e extremamente caro, e que se desgastou bastante após apenas cinco ciclos de conversão do CO2 em metanol.
Outra melhoria desejável é a redução da temperatura, com o processo tendo funcionado entre 125 e 165 graus Celsius, o que requer muita energia.
Concentração de CO2 na atmosfera
De forma um tanto irônica, o grande entrave teórico à combustão reversa é a baixa concentração do CO2 na atmosfera, o que exige muito energia para capturá-lo.
Apesar de seu efeito estufa, há apenas 400 partes por milhão - 0,04% - de CO2 no ar atmosférico. Para comparação, há 23 vezes mais do gás nobre argônio, que compõe cerca de 1% do volume total da atmosfera terrestre.