Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/09/2013
Eletrônica flexível e transparente
Quando se fala em telas, monitores e circuitos eletrônicos flexíveis, o normal é que se refira à chamada eletrônica orgânica.
Na eletrônica orgânica, os materiais semicondutores são polímeros, que são fabricados em sistemas similares à impressão, sendo flexíveis e transparentes, como a maioria dos plásticos.
O problema é que os circuitos eletrônicos orgânicos ainda não conseguem competir em velocidade com os eletrônicos à base de silício, o que tem limitado suas aplicações a alguns nichos.
Agora isso pode começar a mudar, graças ao trabalho de Jhonathan Rojas e seus colegas da Universidade de Ciência e Tecnologia Rei Abdullah, na Arábia Saudita.
Rojas desenvolveu uma técnica compatível com os processos produtivos da indústria eletrônica - conhecidos como CMOS - para fabricar circuitos eletrônicos flexíveis e transparentes feitos de... silício.
Computadores flexíveis
Embora flexibilidade e transparência sejam apelos irresistíveis para qualquer consumidor de produtos de alta tecnologia, o silício, a base de toda a eletrônica, é um material tipicamente rígido e quebradiço.
A nova técnica consiste em construir os componentes eletrônicos sobre um substrato, na forma de camadas extremamente finas que, ao final, são retiradas da base.
O resultado é um filme fino de silício que é flexível e com um nível de transparência suficiente para virtualmente qualquer aplicação.
"Nós demonstramos um processo genérico em lote para converter a eletrônica de silício de alto desempenho em uma eletrônica flexível e semitransparente, mantendo o seu desempenho, compatibilidade do processo, densidade de integração e custo," escreve a equipe.
Este é um passo decisivo rumo não apenas à fabricação de telas flexíveis, que possam ser enroladas, mas também à criação de computadores inteiros flexíveis - ou, no mínimo, circuitos que possam se amoldar a superfícies irregulares.