Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/05/2015
Silício flexível
Por essa os concorrentes do silício não esperavam.
Pesquisadores holandeses e japoneses conseguiram construir transistores de silício sobre uma folha de papel usando raios laser.
Quando o assunto são telas e circuitos eletrônicos flexíveis, as maiores esperanças vinham sendo depositadas na eletrônica orgânica, com tintas eletrônicas feitas à base de compostos de carbono. Os resultados têm sido entusiasmantes, mas a eficiência dos circuitos ainda está longe do silício.
Miki Trifunovic fez sua própria tinta eletrônica usando silício policristalino, o mesmo usado nos circuitos eletrônicos comuns. Depois de aplicada a tinta, em estado líquido, sobre o papel, um pulso de laser se encarrega de criar os transistores.
Já era possível imprimir circuitos de silício, mas isso exigia temperaturas ao redor dos 350ºC, o suficiente para queimar o papel ou derreter um substrato flexível. Com o pulso de laser ultrarrápido, o silício líquido é transformado diretamente em silício policristalino em uma fração de segundo, muito antes que o substrato seja afetado.
Circuitos eletrônicos comestíveis
Para demonstrar o potencial da técnica de cristalização rápida, a equipe escolheu o papel para mostrar a viabilidade da fabricação de componentes eletrônicos de vestir mesmo nos materiais mais sensíveis ao calor.
Os transistores criados com a impressão assistida a laser apresentaram mobilidades tão elevadas quanto as dos transistores de polissilício convencionais, mostrando que a eficiência não será um entrave ao uso da técnica.
A equipe afirma que o próximo passo será otimizar o processo de fabricação para incluir camadas adicionais de outros materiais, para a criação de circuitos completos.
"O processo poderá ser expandido para a fabricação de sensores biomédicos e células solares, e também permite a fabricação de circuitos eletrônicos esticáveis - e até comestíveis," disse o professor Ryoichi Ishihara, da Universidade Tecnológica de Delft.