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Cientistas criticam corte de 22% no orçamento do MCTI

Com informações de Guilherme Gorgulho - Inovação Unicamp - 01/03/2012


Contramão da história

O governo federal anunciou um corte de 22% no orçamento previsto para este ano no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), reduzindo o total de R$ 6,716 bilhões para R$ 5,230 bilhões.

A medida integra um bloqueio de R$ 55 bilhões do orçamento federal de 2012, anunciado pelo governo no dia 15 de fevereiro, motivado, segundo o Ministério da Fazenda, pela necessidade de o Poder Executivo cumprir a meta de superávit primário de R$ 140 bilhões.

A decisão provocou protestos por parte de representantes da classe científica brasileira, como a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Para a SBPC, o corte "vai na contramão da história", pois C&T&I - consideradas áreas estratégicas - estão sendo "fragilizadas".

Segundo a presidente da SBPC, Helena Nader, nos Estados Unidos, após o início da crise financeira de 2008, o governo optou por aumentar os investimentos no setor, diferentemente do que foi feito no Brasil.

"As nações mais desenvolvidas investem em ciência e tecnologia para ampliar sua base de conhecimento e aumentar seu potencial de inovação, de modo a gerar mais emprego e melhorar a distribuição de renda", destacou Nader.

Apelo por mais investimentos

O presidente da ABC, Jacob Palis, afirmou, em comunicado enviado à imprensa, que a entidade tem-se manifestado frequentemente sobre a necessidade de se aumentar os investimentos em C&T e educação no País, como forma de assegurar ao Brasil uma posição de constante desenvolvimento em busca da prosperidade e da justiça social.

"Apelamos, assim, à presidente Dilma Rousseff por ampla revisão dos recentes cortes de orçamento nessas áreas, especialmente quando iniciam suas gestões dois novos ministros, um deles oriundo da área de C&T, o ministro Marco Antônio Raupp, e quando o objetivo governamental anunciado é o de atingirmos percentual bem mais elevado em relação ao PIB de investimentos em ciência, tecnologia, inovação, pesquisa e desenvolvimento", declarou Palis.

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