Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/10/2014
Fusões complexas
Durante décadas, os cientistas acreditaram que galáxias elípticas resultam da fusão de galáxias menores.
Agora, radiotelescópios forneceram as evidências diretas de que as galáxias em fusão também podem dar origem a galáxias de disco - e que este fenômeno é até bastante comum.
Este resultado surpreendente pode explicar porque é que existem tantas galáxias espirais como a Via Láctea no Universo.
Junko Ueda e seus colegas revelaram que a maioria das colisões galácticas no Universo próximo - entre 40 e 600 milhões de anos-luz de distância da Terra - dá origem às chamadas galáxias de disco.
As galáxias de disco - que incluem as galáxias espirais como a Via Láctea e as galáxias lenticulares - definem-se como possuindo regiões de gás e poeira em forma de panqueca e são bastante diferentes da categoria das galáxias elípticas.
"Pela primeira vez temos evidências observacionais de que a fusão de galáxias resulta em galáxias de disco e não em galáxias elípticas. Este é um grande e inesperado passo adiante na compreensão do mistério do nascimento de galáxias de disco," disse Ueda.
Há, no entanto, ainda muito por descobrir. Daisuke Iono, coautor do trabalho, acrescenta: "No seguimento deste trabalho, temos agora que nos focar na formação de estrelas nestas galáxias de disco, precisando também olhar para o Universo mais distante. Sabemos que a maioria das galáxias no Universo mais longínquo possui discos. No entanto, não sabemos se as fusões de galáxias são também responsáveis por isso, ou se estes objetos se formaram de gás frio que vai gradualmente caindo na galáxia. Talvez tenhamos descoberto um mecanismo geral que se aplica ao longo de toda a história do Universo".