Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/01/2013
Navegação 3D
Se dirigir um robô em terra já é uma tarefa nada desprezível, manobrar um robô subaquático é certamente muito mais complicado.
Basta se dar conta de que, além de direita e esquerda, há também para baixo e para cima; além do chão, há um "teto", a superfície da água, onde propulsão e direção deixam de funcionar; e o movimento da água leva o robô para lá e para cá, inviabilizando todos os cálculos de posição absoluta.
A saída é tentar imitar os peixes, sobretudo suas habilidades sensoriais, que podem permitir a localização e avisar o robô de qualquer problema tão logo surja o empecilho.
Biomimética
Várias equipes têm tentando reproduzir a chamada linha lateral, um órgão sensorial distribuído ao longo do corpo dos peixes que permite a detecção de movimentos.
Miao Jianmin e sua equipe da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, passaram à frente em todos esses esforços.
Eles não apenas se inspiraram no órgão sensorial dos peixes - mais especificamente, dos bagres cegos encontrados em cavernas - como criaram um sensor totalmente integrado, que pode ser usado em qualquer robô subaquático.
O pequeno sensor poderá substituir todos os "olhos e ouvidos" dos robôs subaquáticos, equipamentos caros e complicados e que têm várias desvantagens, como a perda de qualidade em águas turvas ou à noite e o grande consumo de energia, drenando rapidamente as baterias do robô.
É uma boa notícia principalmente para os chamados veículos autônomos subaquáticos, equipamentos que já ocupam vários nichos de mercado, sendo o tipo de robô de maior sucesso comercial atualmente depois dos robôs industriais.
Sensor biomimético
Os sensores minúsculos - cada um mede 1,8 x 1,8 milímetro - são baseados na tecnologia MEMS, ou sistemas microeletromecânicos, máquinas ultraminiaturizadas que praticamente não consomem nenhuma energia em comparação com os sistemas de visão artificial e navegação usados pelos robôs atuais.
O equipamento consegue fornecer ao sistema de navegação imagens 3D dos objetos ao redor, criando um mapa do entorno do robô que é muito mais preciso do que qualquer informação que se possa obter com imagens diretas ou com sonares.
"Esses microssensores permitirão aos veículos autônomos subaquáticos localizar, identificar e classificar os obstáculos e objetos e também otimizar seu movimento na água porque eles detectam o fluxo da água," disse o professor Jianmin.
Segundo o pesquisador, a inovação não apenas dará uma autonomia muito maior aos robôs subaquáticos, como aumentará a confiabilidade de sua navegação, além de torná-los mais baratos.