Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/07/2022
O corpo fala
Engenheiros da Coreia do Sul desenvolveram o primeiro circuito integrado para conversão de sinais analógicos em sinais digitais capaz de detectar todos os tipos de sinais bioelétricos.
Essa tecnologia inédita consegue medir com precisão os sinais elétricos gerados pelo corpo humano mesmo em um ambiente com forte ruído externo.
Os sinais elétricos gerados pelo corpo são muito diversos, como sabemos pelos diferentes equipamentos necessários para fazer exames como eletrocardiograma (ECG), eletroencefalograma cerebral (EEG) e eletroneurograma (ENG) - cada sinal possui características diferentes.
Por exemplo, no caso de um eletroencefalograma, o tamanho do sinal é muito pequeno, no nível de 1 microvolt. Por outro lado, no caso do eletroneurograma, a faixa de frequência ocupada pelo sinal é muito ampla em relação a outros sinais, exigindo mais de dez vezes a largura de banda.
Devido a essas diferenças, as tecnologias de medição de biossinais desenvolvidas até agora só são capazes de capturar um sinal específico em um ambiente estável e quase sem ruído (sem interferências).
Sensor de biossinais
O novo circuito integrado é muito sensível, detectando sinais que podem ser até dezenas de milhares de vezes mais fracos do que o sinal de fundo - por exemplo, gerado pelo movimento da pessoa ou pelo funcionamento de seus órgãos internos.
A expectativa é que o circuito integrado seja usado em vários campos, como em interfaces cérebro-máquina e na assistência médica, viabilizando equipamentos médicos miniaturizados e de alto desempenho.
"É uma tecnologia que pode ser de grande ajuda para a miniaturização e para aumentar o desempenho dos dispositivos médicos atuais, permitindo a medição precisa de vários biossinais com um único circuito integrado semicondutor. Ele pode também ser usado em várias aplicações, como nas interfaces cérebro-máquina de próxima geração, em microdispositivos de diagnóstico vestíveis e na medicina eletrônica, [campos] que estão chamando enorme atenção como tecnologias futuras," disse o professor Lee Junghyup Lee, do Instituto de Ciência e Tecnologia Daegu Gyeongbuk (DGIST).