Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/05/2012
Móvel pesado
É cada vez maior o interesse pelos avanços mais recentes da computação quântica, ainda que vários desafios precisem ser superados por esses supercomputadores e seus qubits.
Pois um desses desafios, e um dos grandes, acaba de ser superado.
Os computadores quânticos dependem de fótons individuais para guardar, ler, escrever e transmitir seus dados.
Ocorre que produzir e controlar fótons individuais - essencialmente a menor unidade de energia - é complexo, demorado e exige um aparato de laboratório virtualmente à prova de vibrações.
Uma mesa de granito de meio metro de espessura e algumas dezenas de toneladas é bom o suficiente.
Mas não seria o móvel mais adequado para colocar em sua casa quando chegar o dia em que você poderá comprar seu PC quântico.
Tecnologias quânticas
Agora, a equipe do professor Amr Helmy, da Universidade de Toronto, no Canadá, acaba de dar vida nova à sua velha escrivaninha de MDF.
Eles criaram um dispositivo eletrônico integrado - um chip, para resumir - capaz não apenas de produzir fótons individuais, mas de produzi-los já entrelaçados.
O entrelaçamento permite que duas ou mais partículas compartilhem suas propriedades mesmo sem qualquer ligação física entre elas.
O que hoje exige a tal mesa de granito e um não menos volumoso conjunto de lentes e espelhos finamente ajustados agora pode ser gerado inteiramente dentro de um único chip.
"Nosso trabalho abre a possibilidade de levar o potencial das poderosas e ainda subutilizadas tecnologias quânticas para os produtos comerciais, fora dos laboratórios," afirmou o professor Helmy.
Fotônica integrada
Outra equipe apresentou recentemente um equipamento similar, que eles chamaram de chip fotônico quântico multiuso.
Mas o chip do professor Helmy tem a vantagem de ser um chip mesmo, no sentido tradicional do termo, permitindo a conexão de outros componentes e a interligação dos fótons produzidos com outros equipamentos.
Isto torna possível ter todos os equipamentos tradicionalmente existentes em um laboratório dentro do mesmo chip.
E colocá-los lá é a próxima meta da equipe.