Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/02/2012
Vendo o invisível
O ESO (Observatório Europeu do Sul, divulgou a imagem em infravermelho mais detalhada que já se obteve da Nebulosa Carina, uma maternidade estelar.
Muitas estruturas previamente escondidas à observação pela luz visível, espalhadas pela espetacular paisagem celeste de gás, poeira e estrelas jovens, são agora visíveis.
Segundo a instituição, esta é uma das imagens mais extraordinárias já obtidas pelo VLT (Very Large Telescope).
Embora esta nebulosa seja espetacular em imagens na faixa visível do espectro, o certo é que muitos dos seus segredos se encontram escondidos por detrás de espessas nuvens de poeira.
Para conseguir penetrar este véu, uma equipe de astrônomos europeus liderada por Thomas Preibisch (Observatório da Universidade, Munique, Alemanha), utilizou o VLT e a sua câmara infravermelha HAWK-I para encontrar coisas que o olho humano não consegue ver naturalmente.
Segredos por revelar
Centenas de imagens individuais foram combinadas para criar esta imagem, que é o mosaico infravermelho mais detalhado já obtido para esta nebulosa.
Ela revela não apenas as estrelas brilhantes de grande massa, mas também centenas de milhares de estrelas muito mais tênues, nunca vistas até agora.
A ofuscante estrela Eta Carinae aparece na parte inferior esquerda da nova imagem. Ela está rodeada por nuvens de gás que brilham devido à intensa radiação ultravioleta. Ela irá explodir como uma supernova num futuro próximo - em termos astronômicos.
Por toda a imagem aparecem também muitos nódulos compactos escuros, que permanecem opacos mesmo no infravermelho. São casulos de poeira onde novas estrelas se encontram em formação.
Por que o pôr-do-sol é avermelhado?
A Nebulosa Carina situa-se a cerca de 7.500 anos-luz de distância da Terra, na constelação Carina, a quilha do navio mitológico Argo, de Jasão e os Argonautas.
Esta nuvem de gás e poeira brilhante é uma das incubadoras de estrelas de grande massa mais próximas da Terra, incluindo várias das estrelas mais brilhantes e de maior massa que se conhece.
No espaço, regiões com poeira absorvem e espalham mais a radiação azul, de menor comprimento de onda, do que a radiação vermelha, de maior comprimento de onda.
Este efeito explica também porque o pôr-do-sol na Terra geralmente é avermelhado, particularmente quando a atmosfera está carregada de poeira.
Em algumas partes do céu, onde existe mais poeira, principalmente em regiões de formação estelar, como é o caso da Nebulosa Carina, este efeito é tão forte que nenhuma radiação visível consegue passar.