Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/03/2019
Célula solar sem Sol
O Sol não brilha o tempo todo, mas esse não parece ser um problema para uma nova geração de células solares orgânicas.
São células solares que sequer precisam ficar expostas às luz solar - a claridade natural do ambiente, mesmo de ambientes internos, é suficiente para fazê-las produzir eletricidade.
Isso significa que os aparelhos alimentados por painéis "solares" equipados com essas células poderão funcionar continuamente, aproveitando a iluminação pública, por exemplo, ou a iluminação interna das casas.
Um avanço importante na viabilização dessa tecnologia acaba de ser apresentado por Ryota Arai e colegas da Universidade Kyushu e da empresa Ricoh, no Japão.
O trabalho de Arai consistiu em selecionar os melhores materiais para compor células solares orgânicas capazes de gerar eletricidade de forma eficiente em ambientes de baixa iluminação.
Células solares internas
A equipe testou uma série de semicondutores orgânicos de moléculas pequenas que pareciam ter características promissoras para a coleta de luz ambiente.
As células solares feitas com uma pequena molécula chamada BDT-2T-ID superaram todos os outros dispositivos similares, mesmo um baseado na tecnologia solar de silício - as células solares orgânicas típicas são flexíveis e baratas, mas ainda estão correndo atrás do silício em termos de eficiência.
BDT-2T-ID é uma sigla para uma classe de oligômeros que incluem benzoditiofeno (BDT), um número variável de tiofenos (neste caso 2T) e indandiona (ID).
Um conjunto de seis dessas células solares conectadas em série produziu cerca de 4 volts e 65,3 μW/cm2 sob iluminação fraca, o que é mais do que suficiente para alimentar microssensores e dispositivos da internet das coisas.
A equipe adverte que ainda falta escalonar a tecnologia para uma fabricação industrial, mas que o trabalho aponta para a viabilidade de alimentar dispositivos sem fio por toda a casa, sem nenhuma preocupação com o Sol.