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Energia

Célula termossolar capta energia da luz e do calor simultaneamente

Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/01/2011

Célula termossolar capta energia da luz e do calor simultaneamente
A célula termossolar, que gera eletricidade a partir da luz e do calor simultaneamente, é feita de materiais orgânicos, com baixo custo de fabricação e processamento.
[Imagem: Fujitsu]

A empresa japonesa Fujitsu anunciou a criação de uma célula termossolar - um componente híbrido de uma célula solar e de um gerador termoelétrico, capaz de gerar energia elétrica tanto a partir da luz do Sol quanto do calor presente no ambiente.

Célula termossolar

A célula híbrida, que consiste em um dispositivo único, permite a captura simultânea de energia de duas fontes separadas, o que até agora só era possível combinando sistemas separados, como células solares e materiais termoelétricos.

O dispositivo pode ser o primeiro passo para viabilizar a chamada "colheita de energia", um conceito que vem ganhando espaço entre cientistas e ambientalistas, e que visa converter várias formas de energia disponíveis no meio ambiente em eletricidade.

A célula termossolar é feita de materiais orgânicos, com baixo custo de fabricação e processamento.

Alterando os circuitos elétricos que conectam dois tipos de materiais semicondutores - tipo P e tipo N, referindo-se a positivo e negativo - o dispositivo pode funcionar como uma célula fotovoltaica ou como um gerador termoelétrico.

O segredo do avanço está em um novo material orgânico, que é adequado para operar nos dois modos, solar e termoelétrico.

Sensores sem baterias

Segundo a empresa, o material é capaz de gerar eletricidade até mesmo a partir da luz presente em um ambiente interno, sem necessidade de exposição direta ao Sol.

Até agora, células fotovoltaicas - que geram eletricidade a partir da luz - e geradores termoelétricos - que geram eletricidade a partir de diferenciais de temperatura - só existiam como dispositivos separados.

Colocar tudo em um componente único pode ser importante, por exemplo, no campo médico, em sensores capazes de monitorar a temperatura corporal, a pressão sanguínea, os batimentos cardíacos etc., sem precisar de baterias ou ligações elétricas.

A tecnologia também poderá ser usada no monitoramento ambiental em áreas remotas, onde seria problemático ir periodicamente para trocar as baterias dos sensores.

A Fujitsu afirma que seus cientistas vão se concentrar agora no aumento do desempenho da célula termossolar, que deverá estar no mercado por volta de 2015.

Célula termossolar capta energia da luz e do calor simultaneamente
O segredo da nova célula híbrida está em um novo material orgânico, que é adequado para operar nos dois modos, solar e termoelétrico.
[Imagem: Fujitsu]

Colheita de energia

A colheita de energia é o processo de usar formas de energia disponíveis no meio ambiente, convertendo-as para eletricidade.

Hoje, a eletricidade é fornecida por uma usina ou por baterias, o que exige fios para transmitir a eletricidade, a ou substituição constante da bateria ou sua retirada para recarregamento.

Nos anos recentes vem crescendo o interesse em usar a energia do ambiente, presente na forma de luz, vibrações, calor, ondas de rádio etc.

Várias técnicas para aproveitar essas formas de energia têm sido desenvolvidas, permitindo o uso de pequenos aparelhos sem a necessidade de fiação elétrica ou baterias.

A desvantagem é que a eletricidade produzida pelos dispositivos de colheita de energia é ínfima, sendo adequada, no atual estágio de desenvolvimento tecnológico, apenas para equipamentos de baixíssimo consumo de energia.

Daí a importância deste desenvolvimento, uma vez que a integração em um único dispositivo da possibilidade de coletar simultaneamente várias formas de energia - como luz e calor, ou luz e vibrações - pode gerar quantidades mais práticas de eletricidade.

Ferramentas para a colheita de energia

Há cerca de um ano, cientistas da Universidade de Stanford descobriram um processo diferente para mesclar a conversão térmica com a conversão fotovoltaica.

Mais recentemente, a IBM anunciou que celulares sem baterias poderão estar disponíveis dentro de cinco anos.

Outra área com avanços contínuos é a dos nanogeradores, voltados para a conversão das vibrações do ambiente em energia elétrica.

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