Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/07/2012
Célula com sobrevida
Ela é uma célula a combustível, com todas as vantagens da conversão direta do hidrogênio em eletricidade, sem geração de poluentes.
Mas ela tem também um jeitão muito próprio, por assim dizer, uma "personalidade acumuladora": ela consegue armazenar energia, quase como se fosse uma bateria.
O resultado é uma célula a combustível que continua funcionando depois que seu combustível acaba - ela faz isso aproveitando a energia que armazenou dentro dela própria.
Shriram Ramanathan e seus colegas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, pegaram uma célula a combustível de óxido sólido - ou SOFC na sigla em inglês (solid oxide fuel cell) - e deram a ela a capacidade de armazenar energia de forma eletroquímica.
Célula a combustível de óxido sólido
"Essa SOFC de filme fino tira vantagem de avanços recentes na operação de baixa temperatura para incorporar um material novo e mais versátil," explicou Ramanathan.
"O óxido de vanádio (VOx) no anodo comporta-se como um material multifuncional, permitindo que a célula a combustível tanto gere quanto armazene energia," completou.
Na verdade, o anodo é formado por uma dupla camada de VOx e platina, que permitem à célula continuar operando sem combustível por um bom tempo.
Nos testes, ela funcionou por até 3 minutos e 30 segundos a uma densidade de corrente de 0,2 mA/cm2.
Ramanathan destaca que esta é apenas uma prova de conceito, e que ele e sua equipe já estão trabalhando em melhorias na composição do anodo que deverão estender ainda mais a vida útil da célula no seu período "pós-combustível".
Pequenas correntes
Não se trata exatamente de uma bateria, porque o óxido de vanádio não acumula elétrons, ele acumula hidrogênio em sua rede cristalina, que é gradualmente liberado e oxidado no anodo.
A célula a combustível com sobrevida será interessante para dispositivos pequenos, como robôs e veículos aéreos não tripulados.