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Espaço

Cavernas da Lua têm temperatura ideal para colônias humanas

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/07/2022

Cavernas da Lua têm temperatura ideal para colônias humanas
Este foi o poço que a equipe estudou detalhadamente - já são conhecidos vários outros similares.
[Imagem: NASA/GSFC/Arizona State University]

Cavernas na Lua

Astrônomos da Universidade da Califórnia de Los Angeles identificaram na Lua poços profundos que parecem ideais para a instalação de colônias humanas.

A superfície da Lua apresenta temperaturas que variam de 120 °C durante o dia a -130 °C durante a noite, o que exigiria enormes quantidades de energia em resfriamento diurno e aquecimento noturno - lembrando que um dia na Lua dura 14 dias terrestres.

No interior dos buracos recém-identificados, contudo, a temperatura parece ficar quase constante, em torno de confortáveis 17 °C.

Muito mais profundos do que as crateras, os poços foram descobertos na Lua em 2009 e, desde então, os cientistas se perguntam se eles levariam a cavernas, que poderiam ser exploradas ou usadas como abrigos.

Acontece que cerca de 16 dos mais de 200 poços conhecidos são provavelmente tubos de lava colapsados. Tubos de lava também são encontrados aqui na Terra, formando-se quando lava derretida flui sob um campo de lava resfriada, ou uma crosta se forma sobre um rio de lava, deixando um longo túnel oco.

Quando ocasionalmente o teto de um tubo de lava solidificado desmorona, ele abre um poço, que dá acesso ao resto do tubo, em forma de caverna.

Cavernas da Lua têm temperatura ideal para colônias humanas
Perfis de temperatura do poço.
[Imagem: Tyler Horvath et al. - 10.1029/2022GL099710]

Temperatura terrestre na Lua

Os pesquisadores processaram imagens de uma câmera térmica a bordo da sonda LRO, que compilou o mapa da Lua mais preciso já feito, para descobrir se a temperatura dentro dos poços divergia daquelas na superfície.

Chamou a atenção uma depressão aproximadamente cilíndrica, de 100 metros de profundidade e com o comprimento e a largura de um campo de futebol, em uma área da Lua conhecida como Mar da Tranquilidade. Tyler Horvath e seus colegas usaram modelagem computacional para analisar as propriedades térmicas da rocha e da poeira lunar, calculando as temperaturas do poço ao longo de um período de tempo.

Os resultados revelaram que as temperaturas dentro dos alcances permanentemente sombreados do poço flutuam apenas ligeiramente ao longo do dia lunar, permanecendo em torno de 17 ºC. Se uma caverna de fato se estender a partir do fundo do poço, como sugerem as imagens tiradas pela LRO, ela também teria essa temperatura relativamente confortável.

Cavernas da Lua têm temperatura ideal para colônias humanas
A NASA planeja enviar um robô para fazer rapel pelos poços de lava, estudando suas paredes e procurando por eventuais cavernas.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech]

Rapel na Lua

A equipe acredita que o sombreamento é o responsável pela temperatura constante, limitando o quão quente as coisas ficam durante o dia e evitando que o calor irradie à noite.

Mas não será fácil ir dar uma voltinha lá fora durante o dia: A parte iluminada pelo Sol no fundo do poço atinge temperaturas mais quentes que a superfície da Lua. "Como o poço do Mar da Tranquilidade é o mais próximo do equador lunar, o piso iluminado ao meio-dia é provavelmente o lugar mais quente de toda a Lua," disse Horvath.

Os dados dos estágios iniciais deste projeto de modelagem térmica do poço lunar foram usados para ajudar a desenvolver o sistema de gerenciamento térmico do robô lunar para a missão Mergulhador da Lua (Moon Diver) proposta pela NASA. A equipe que agora publicou esta versão final da modelagem faz parte da equipe científica para essa missão, cujo objetivo é enviar um robô para fazer um rapel no poço, para pesquisar as camadas de fluxos de lava vistos em suas paredes e explorar qualquer caverna existente.

Bibliografia:

Artigo: Thermal and Illumination Environments of Lunar Pits and Caves: Models and Observations From the Diviner Lunar Radiometer Experiment
Autores: Tyler Horvath, Paul O. Hayne, David A. Paige
Revista: Geophysical Research Letters
Vol.: 49, Issue 14 e2022GL099710
DOI: 10.1029/2022GL099710
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