Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/12/2014
Cápsulas de autorreparo
Defeitos em cabos submarinos de alta tensão são difíceis de detectar e mais difíceis ainda de consertar - na verdade eles precisam ser substituídos, a um custo muito elevado.
A resposta para os riscos de interrupção no fornecimento de energia e para os elevados custos de operação podem estar nos materiais capazes de autorreparação.
A tecnologia, que vem sendo desenvolvida em várias partes do mundo, normalmente envolve o uso de microcápsulas cheias com produtos capazes de consertar defeitos que surjam no material. Quando o material começa a trincar, as microcápsulas se rompem e liberam as moléculas de reparação, que fazem o conserto sem necessidade de intervenção externa.
Árvores elétricas
No caso dos cabos de transmissão de energia, o problema são as chamadas "árvores elétricas", que se desenvolvem no revestimento dos fios e cabos quando eles se aproximam do fim de suas vidas úteis.
Os campos elétricos conduzidos no interior dos cabos exploram pequenas fraquezas no material de isolamento, gerando canais muito finos, que se espalham através do material como os galhos de uma árvore.
Quando esses canais finalmente alcançam a superfície do revestimento, o dano está feito e um curto-circuito é fatal no caso dos cabos submarinos.
Autorreparo
Cédric LeSaint e seus colegas do Instituto Sintef, na Noruega, decidiram então testar nos fios e cabos elétricos o princípio de autorreparo que vem se mostrando promissor em plásticos e materiais compósitos.
Eles fabricaram microcápsulas que levam em seu interior um monômero líquido - moléculas individuais que têm a propriedade de aderir umas às outras para formar moléculas de cadeia longa, um processo conhecido como polimerização.
Quando os galhos das árvores elétricas atingem as microcápsulas incorporadas no revestimento de isolamento dos cabos elétricos, estas se quebram e o monômero líquido escorre pelos finos canais que formam a árvore elétrica e polimeriza, tapando o defeito.
"Muitas pessoas ficaram surpresas, especialmente quando perceberam que tínhamos escolhido compartilhar o conceito com os outros," disse LeSaint. "A chance de que outros pesquisadores possam roubar uma ideia tão boa é um risco que temos que correr."
Estranhamente, porém, o pesquisador não fez qualquer menção especial às equipes que desenvolveram inicialmente o conceito, e das quais ele gentilmente "herdou" a ideia.