Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/06/2022
Buracos negros acústicos
Engenheiros suíços estão trazendo para o ambiente doméstico os benefícios de uma teoria um tanto estranha a esse ambiente: Os buracos negros acústicos.
Em vez de engolir seu doce lar, contudo, esses buracos negros só farão desaparecer os desagradáveis barulhos, provendo um novo nível de isolamento acústico para paredes e pisos.
Em 1987, o cientista russo Mikhail Mironov teorizou que um recesso parabólico em um material poderia absorver vibrações, como o som, e permitir que essas vibrações ressoassem - em outras palavras, o material iria "engolir" os sons, impedindo sua passagem.
A teoria esta correta, e os buracos negros acústicos agora já foram usados até em carros e aviões, onde seu efeito de redução de som foi de fato confirmado. Atualmente, pesquisadores chineses estão até tentando explorar os buracos negros acústicos para gerar energia.
A ideia do professor Stefan Schoenwald, do laboratório suíço EMPA, é mais simples: Ele pretende aproveitar os painéis de madeira e compensado, largamente usados na construção civil, para criar estruturas já intrinsecamente resistentes a ruídos.
Compensado anti-ruído
Os pesquisadores da área tinham dúvidas se o efeito de redução de som também ocorreria com uma profundidade limitada do recesso, uma vez que "espessuras de material infinitamente finas", como a teoria matemática estabelece, não são viáveis na prática. Além disso, construir recessos perfeitamente calculados em materiais muito finos e duros não é fácil.
Depois de fazer seus cálculos em um simulador de computador, a equipe usou uma máquina CNC para demonstrar que é possível obter o efeito de redução de ruídos mesmo em painéis de compensado razoavelmente finos, como os usados em paredes, divisórias e pisos, garantindo a rigidez estrutural necessária para as aplicações.
Deu tão certo que a equipe já está se ocupando de preparar o material para ir ao mercado, obtendo as certificações necessárias.
"Estamos trabalhando atualmente nas medições de ruído por impacto, que estamos realizando de acordo com especificações de padrões internacionais. O próximo passo será confirmar a proteção contra incêndio e as propriedades estruturais," explicou Schoenwald.