Com informações da Agência Lusa e NASA - 07/04/2016
Gigantesco e isolado
Astrônomos "tropeçaram" em um buraco negro supermassivo em um canto inesperado do Universo, "o que implica que esses monstros galácticos são muito mais comuns do que se pensava", segundo astrônomos da Universidade de Berkeley, nos EUA.
O buraco tem uma massa equivalente a 17 bilhões de vezes a massa do Sol. O maior buraco negro detectado até hoje tem cerca de 21 bilhões de massas solares, e está no centro de um grande grupo de galáxias gigantescas.
O que surpreendeu foi o local onde o corpo celeste foi encontrado: no centro da galáxia NGC 1600, que faz parte de um pequeno grupo de vinte e poucas galáxias.
"Enquanto encontrar um buraco negro gigantesco numa galáxia maciça numa área 'muito populosa' do Universo é de se esperar - como encontrar um arranha-céus em Manhattan -, parecia menos provável que eles pudessem ser encontrados em pequenas cidades do Universo," segundo a equipe.
Segundo o coautor do estudo, Chung-Pei Ma, a questão agora é: "Esta é a ponta de um iceberg? Talvez haja muito mais buracos negros gigantescos lá fora, que não vivem em arranha-céus em Manhattan, mas num edifício alto nalgum lugar nas planícies."
Observar um buraco negro
Um buraco negro supermassivo pode ter uma massa de cerca de um milhão de sóis e ir até aos bilhões. Os buracos negros "comuns", bem menores, variam entre dezenas e centenas de massas solares.
"Formados quando estrelas massivas implodem no fim das suas vidas, os buracos negros normalmente escondem-se dormentes e sem serem detectados nos centros de galáxias," de acordo com o estudo.
Apesar do fascínio que causam, não existem técnicas ainda capazes de observar diretamente um buraco negro. Sua existência é depreendida por seu efeito gravitacional sobre as órbitas das estrelas ao seu redor e, ocasionalmente, pelas emissões de radiação que emitem quando "engolem" outros corpos celestes.