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Buraco negro encontrado escondido em aglomerado estelar

Com informações do ESO - 12/11/2021

Buraco negro encontrado escondido em aglomerado estelar
É a primeira vez que um buraco negro é descoberto por um método dinâmico, pela forma como ele altera a órbita da estrela.
[Imagem: ESO/M. Kornmesser]

Método dinâmico

Com o auxílio do telescópio VLT, no Chile, astrônomos do Observatório Europeu do Sul descobriram um pequeno buraco negro fora da Via Láctea enquanto observavam o movimento de uma estrela.

Trata-se da primeira vez que este método de detecção é utilizado para revelar a presença de um buraco negro fora da nossa Galáxia. E este método pode ser crucial para descobrir buracos negros escondidos na nossa Via Láctea e em galáxias próximas e nos dar pistas sobre como esses objetos misteriosos se formam e evoluem.

O buraco negro recém-descoberto localiza-se no NGC 1850, um aglomerado com milhares de estrelas situado a cerca de 160 mil anos-luz de distância, na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia vizinha da Via Láctea.

"Tal como Sherlock Holmes em busca de criminosos, nós também estamos observando cada estrela deste aglomerado com uma 'lupa na mão' tentando descobrir evidências que apontem para a presença de buracos negros, mas sem vê-los diretamente," disse Sara Saracino, membro da equipe. "Este resultado representa apenas um dos 'criminosos' procurados, mas uma vez que descobrimos um, estamos a caminho de descobrir muitos mais, em aglomerados estelares diferentes."

Nascimento e evolução dos buracos negros

A pista concreta que colocou os astrônomos na trilha deste buraco negro, que tem cerca de 11 vezes a massa do Sol, foi a sua influência gravitacional numa estrela com cinco massas solares que o orbita.

Esta é uma classe de buracos negros muito pequenos, que não mostram a sua presença através da emissão de raios X ou de ondas gravitacionais, as pistas mais usadas para descobrir esses objetos.

"A maioria destes objetos [menores] só pode ser descoberta dinamicamente," explicou Stefan Dreizler. "Quando formam um sistema com uma estrela, os buracos negros afetam o movimento estelar de modo sutil, mas detectável, e por isso podemos observá-los com instrumentos sofisticados."

Este método dinâmico poderá ajudar os astrônomos a descobrir muitos outros buracos negros, ajudando assim no seu estudo.

Por exemplo, esta é a primeira vez que um buraco negro foi descoberto em um aglomerado estelar jovem - este aglomerado tem apenas cerca de 100 milhões de anos de idade, um piscar de olhos em escalas astronômicas. Descobrir buracos negros de diferentes idades pode mostrar como é que estes objetos se formam, crescem e evoluem.

Bibliografia:

Artigo: A black hole detected in the young massive LMC cluster NGC 1850
Autores: S. Saracino, S. Kamann, M. G. Guarcello, C. Usher, N. Bastian, I. Cabrera-Ziri, M. Gieles, S. Dreizler, G. S. Da Costa, T-O. Husser, V. Hénault-Brunet
Revista: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Vol.: stab3159
DOI: 10.1093/mnras/stab3159
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