Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/10/2015
Telas biodegradáveis
Pesquisadores brasileiros e norte-americanos deram um passo importante rumo à criação de componentes biodegradáveis para a fabricação de telas de celulares, tablets e computadores.
"Esta descoberta cria a primeira camada ativa biodegradável em eletrônica orgânica, significando que, em princípio, nós poderemos atingir uma biodegradabilidade integral," disse o professor Suchismita Guha, da Universidade de Missouri, nos EUA.
Fazem parte da equipe os brasileiros Wendel Alves e Thiago Cipriano, da Universidade Federal do ABC (UFABC), e Eudes Fileti, da USP.
Usando peptídeos - ou proteínas - a equipe conseguiu demonstrar que, devidamente combinadas com um polímero emissor de luz azul (OLED), é possível criar as estruturas principais das telas usadas em celulares e tablets.
Biodegradabilidade
Os peptídeos se auto-organizam para formar nanotubos para coletar e dirigir a luz, permitindo ainda o uso de uma quantidade significativamente menor do material que forma o OLED (LED orgânico) - conforme demonstrações anteriores, a nanotecnologia permitiu melhorar o brilho dos LEDs orgânicos em 400%.
Usar menos polímero emissor de luz para criar a mesma intensidade de luz azul significa que os nanocompósitos atingem quase 85% de biodegradabilidade, algo essencial na medida em que os usuários estão trocando seus celulares a cada 22 meses, em média.
"Combinando os semicondutores orgânicos com nanomateriais, conseguimos criar a luz azul necessária para uma tela. No entanto, a fim de fazer uma tela viável para um telefone celular ou outros monitores, vamos precisar alcançar um sucesso similar com polímeros emissores de luz vermelha e verde," ressalva o professor Guha.