Com informações da Agência Brasil - 01/03/2016
Pedra à distância
Quatro anos após o incêndio que destruiu a Estação Antártica Comandante Ferraz, o Brasil lançou a pedra fundamental da nova base brasileira no continente.
O lançamento estava programado para a Antártica, mas, devido a condições meteorológicas adversas, a comitiva brasileira não pôde fazer a viagem.
A cerimônia foi então transferida para o Instituto Antártico Chileno, em Punta Arenas, no Chile, e teve a participação dos ministros da Defesa, Aldo Rebelo, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera.
A nova base brasileira vai ocupar o mesmo local da estação anterior, na Península Keller, interior da Baía do Almirantado, na Ilha Rei George, e deverá ser entregue em 2018.
As obras para reconstrução começaram em dezembro do ano passado, pela empresa China Electronics Imports and Exports Corporation, vencedora da licitação no valor de US$ 99,6 milhões.
Com uma área de aproximadamente 4,5 mil metros quadrados, a nova Estação Antártica Comandante Ferraz vai ter 17 laboratórios, setor de saúde, biblioteca e sala de estar, podendo abrigar 64 pessoas.
Programa Antártico
O Programa Antártico Brasileiro (Proantar), coordenado pela Marinha, foi criado em 1982 com o objetivo de desenvolver um programa científico que incluísse o Brasil entre os países do Tratado da Antártica. A Estação Comandante Ferraz foi instalada dois anos depois, em fevereiro de 1984, e tornou-se a base para as pesquisas brasileiras no continente, abrigando militares e cientistas.
A estrutura foi destruída por um incêndio no dia 25 de fevereiro de 2012. O fogo começou na praça de máquinas, local onde ficavam os geradores de energia. Dois militares da Marinha morreram tentando apagar o incêndio.
Desde o incêndio, a instalação de módulos emergenciais tem permitido a permanência brasileira e a continuidade das pesquisas no local.
Nas suas três décadas, o Proantar realizou uma média anual de 20 projetos de pesquisas nas áreas de oceanografia, biologia, biologia marinha, glaciologia, geologia, meteorologia e arquitetura. As atividades científicas são realizadas durante todo o ano, mas é de outubro a março, no verão antártico, que ocorre a movimentação de pesquisadores, pessoal de apoio, equipamentos e material.