Com informações da Agência Brasil - 15/08/2011
O Brasil já importou este ano cerca de 400 milhões de litros de etanol para atender o consumo crescente do combustível e a escassez do produto no mercado interno.
A informação foi dada pelo presidente da Petrobras Biocombustível (PBio), Miguel Rossetto. De acordo com ele, as importações foram feitas pela maioria das grandes usinas.
Exportador líquido
Rossetto disse ainda que a PBio também importou etanol para suprir o mercado interno: "Nós estamos importando também por meio da Guarani, da Nova Fronteira [empresas onde a subsidiária da Petrobras tem participação], e continuaremos a importar. Eu não sei precisar quanto, pois não tenho os dados aqui".
O presidente da PBio declarou que as importações de etanol, em função da tendência crescente do consumo, deverão ser ampliadas: "O Brasil deverá ampliar estas importações até o final da safra e até para preparar para a chegada da entressafra".
No entanto, na opinião de Rossetto, esta situação não mudará a condição de país exportador do produto: "É provável que o Brasil continue ainda sendo um exportador líquido de etanol".
Para o presidente da subsidiária da Petrobras, a estimativa é que o país exporte algo em torno de 2 bilhões de litros de etanol, e que tenha que importar para atender ao mercado menos de 1 bilhão de litros.
Ele justificou as importações não só para suprir a escassez do produto no mercado interno, como necessárias para atender a contratos de longo prazo, já definidos.
Bioquerosene
A Petrobras Biocombustível investirá US$ 600 milhões, do total de US$ 4,1 bilhões previstos para ser investido pela subsidiária até 2015, no segmento de biodiesel e de suprimento agrícola. Com isto, a empresa espera manter nos próximos anos a participação de cerca de 25% do mercado nacional.
Nos planos da estatal está a previsão de investir parte dos US$ 300 milhões, destinados à área de pesquisa, a fim de desenvolver tecnologia para a produção de biocombustíveis para a aviação, o bioquerosene, que a subsidiária espera colocar no mercado até o final de 2015.
Rossetto disse ainda que a PBio trabalha com a escolha entre duas rotas tecnológicas: uma via óleo vegetal e a outra a partir da sacarose (açúcar).
Etanol novo
Para o etanol, a PBio investirá US$ 2,5 bilhões, para chegar em 2015 produzindo 5,6 bilhões de litros de etanol, um crescimento de 273% em relação aos 1,5 bilhão litros que serão produzidos em 2011.
Contabilizado o valor de US$ 1,3 bilhão que será investido em logística do etanol para escoar a produção, a subsidiária vai destinar ao setor do etanol 79% do investimento previsto para os próximos cinco anos.
"A prioridade é o aumento da produção de etanol para atender ao mercado interno e dar ao consumidor brasileiro preço e produto de boa qualidade. A meta é chegar, com os sócios, a um volume de 5,6 bilhões de litros ao final de 2015, garantindo os 12% de participação no mercado nacional, assumindo, possivelmente, a liderança no mercado interno," afirmou.
Rossetto informou, ainda, que a PBio destinará 70% do total de investimento em etanol para a execução de novos projetos e 30% para aquisição total ou parcial de empreendimento já existentes.
"Cerca de 70% dos investimentos serão destinados à produção de 'etanol novo', com a construção de novas usinas, destilarias, renovação de canaviais e capacidade de moagem. A primeira unidade será inaugurada no dia 26, na cidade de Colinas, na região de Barretos [SP], e é parte da associação que a PBio tem com a Guarani, que envolve um total de sete usinas em funcionamento".
O presidente da subsidiária adiantou que a unidade terá capacidade de produção de 100 milhões de litros por ano. Do total de investimentos nos próximos cinco anos, US$ 300 milhões serão investidos em pesquisas.