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Meio ambiente

Bioplástico de casca de coco é realmente bio

Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/11/2022

Bioplástico de casca de coco é realmente bio
O processo é simples, mas ainda é preciso lidar com a variabilidade da matéria-prima.
[Imagem: Yihao Leow et al. - 10.1016/j.compositesb.2022.110031]

Bioplástico sem petróleo

Pesquisadores de Cingapura desenvolveram um processo que transforma resíduos de coco em bioplásticos fortes e biodegradáveis.

E com um adicional mais do que bem-vindo: O novo processo descarta completamente a necessidade de materiais não-degradáveis, que ainda entram na composição de muitos materiais chamados de bioplásticos.

"Os bioplásticos de hoje são geralmente feitos de cargas de biomassa em uma matriz de plástico convencional, o que lhes confere propriedades semelhantes aos plásticos à base de petróleo," explicou o professor Dan Kai, do Instituto de Pesquisa e Engenharia de Materiais. "No entanto, esses bioplásticos ainda não são totalmente biodegradáveis e geram uma quantidade substancial de microplásticos."

Isso acontece porque os bioplásticos feitos inteiramente de fibras de celulose vegetal ainda não se comparam aos plásticos tradicionais à base de petróleo em termos de resistência mecânica e impermeabilidade.

Em busca de um bioplástico que mereça o nome, Kai e seus colegas encontraram a solução nos cocos, cujas cascas são descartadas, mas são fortes e totalmente biodegradáveis.

Compressão a quente

A nova uma técnica começa processando as cascas de coco em uma reação química que remove a lignina, o componente que dá aos tecidos vegetais sua estrutura rígida.

O resultado é uma massa de fibras macias e flexíveis, que são mais fáceis de trabalhar e que podem ser facilmente aglomeradas por compressão a quente.

A equipe agora pretende trabalhar na melhoria das propriedades físicas do seu bioplástico, de forma a eliminar um entrave que ainda resta para o uso disseminado de sua técnica: O fato de que as condições de armazenamento alteram muito as fibras do coco. E essa variação na matéria-prima dificulta a obtenção de um bioplástico com qualidade homogênea.

"Também estamos interessados em processar outras fontes de alimentos e resíduos agrícolas, como borra de café, cana-de-açúcar e cascas de laranja, para acelerar o desenvolvimento sustentável," finalizou Kai.

Bibliografia:

Artigo: A tough, biodegradable and water-resistant plastic alternative from coconut husk
Autores: Yihao Leow, Veronica Sequerah, Ying Chuan Tan, Yong Yu, Eric Charles Peterson, Changyun Jiang, Zheng Zhang, Le Yang, Xian Jun Loh, Dan Kai
Revista: Composites Part B: Engineering
DOI: 10.1016/j.compositesb.2022.110031
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