Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/02/2020
Biofibras de origem marinha
Pesquisadores da USP de São Carlos fazem parte de uma equipe internacional que criou uma nova classe de biofibras produzidas a partir de resíduos marinhos renováveis.
Rafael Grande e seus colegas fizeram o novo tipo de fibra a partir de uma combinação de nanopartículas de quitina, extraída de resíduos de conchas de caranguejo azul, e alginato, um composto encontrado nas algas marinhas.
Este novo material de base biológica herda a força da quitina e a flexibilidade do alginato. E, além de resistente, ele possui propriedades antimicrobianas.
"O material sintético aproveitou a forte interação entre os componentes, que têm cargas opostas. Nós descobrimos que, quando uma solução de alginato entra em contato com uma suspensão de nanofibras de quitina, o alginato envolve as nanopartículas de quitina, formando fibrilas que se alinham paralelamente à medida que o fio é puxado para cima," conta o professor Orlando Rojas, da Universidade Aalto, na Finlândia, onde os experimentos foram realizados.
Usos médicos
A equipe vê um grande potencial para o material ser usado para coisas como parafusos cirúrgicos e mantas para engenharia interna de tecidos.
Outros usos incluem almofadas e malhas tipo tela para aplicações na pele, para cicatrização de ferimentos, condicionamento da pele e tratamentos para queimaduras.
Agora que demonstraram como produzir as fibras de forma contínua, a equipe pretende se dedicar à ampliação da escala de produção.
Além de Rafael, o professor Antônio Carvalho, também da USP de São Carlos, participou do desenvolvimento da nova biofibra.