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Materiais Avançados

Biofábrica da Embrapa reproduz seda de aranha usando bactérias

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/04/2014

Biofábrica da Embrapa reproduz seda de aranha usando bactérias transgênicas
A intenção dos cientistas da Embrapa é estruturar uma plataforma tecnológica que possa ser utilizada para fabricação também de produtos farmacêuticos.
[Imagem: Embrapa/Divulgação]

Pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma forma de produzir fibras com as mesmas características das teias de aranha, mas sem precisar construir "granjas de aranhas".

A técnica de fabricação da seda biossintética permite a produção do material em escala industrial, sem retirar as aranhas da fauna.

Na realidade, em vez de usar aranhas, a seda biossintética usa bactérias modificadas geneticamente para produzir as proteínas que compõem as teias.

"Nós desenvolvemos uma tecnologia onde fizemos o genoma de várias aranhas, coletadas nos biomas brasileiros, e dominamos a parte de produzir essas moléculas no laboratório com bactérias transgênicas," explicou Elíbio Rech, coordenador do trabalho.

A versão sintética da seda das aranhas poderá ter inúmeras aplicações, mas o caminho para o mercado deverá começar pelos materiais médicos, como fios para microssuturas.

Biofábricas

O avanço foi possível graças ao desenvolvimento do conceito de biofábricas.

A intenção dos cientistas da Embrapa é estruturar uma plataforma tecnológica que possa ser utilizada para fabricação também de produtos farmacêuticos.

De acordo com o professor Elíbio Rech, a ideia é usar plantas já domesticadas, a exemplo da soja, como biorreatores para produzir moléculas para os setores farmacêutico e industrial.

Os pesquisadores já conseguiram reproduzir em larga escala, dentro do grão de soja e na folha de tabaco, proteínas que podem ser utilizadas para criar antígenos contra o câncer, antiviral do HIV, hormônio do crescimento e o fator de coagulação IX, para tratar pessoas com hemofilia.

Essas sementes estão atualmente em poder de indústrias farmacêuticas, que estão estudando a viabilidade de sua extração do grão e das folhas.

A escolha da soja, de acordo com Rech, foi devido à capacidade de estocagem e à durabilidade das sementes, que podem manter as moléculas ativas por até cinco anos. Já o tabaco é uma planta na qual é possível produzir as proteínas de forma mais rápida do que em outros sistemas.

"Nossos resultados indicam que a semente de soja consegue acumular a molécula cianovirina - que atua na replicação do HIV - em alto nível. Por outro lado, conseguimos acumular o antígeno contra câncer em alta quantidade nas folhas de tabaco", conta.

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