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Embrapa vai incentivar biocombustível da macaúba

Com informações da Agência Brasil - 12/09/2014

Embrapa vai incentivar biocombustível da macaúba
A macaúba é uma espécie de palmeira nativa do Brasil e que poderá ser cultivada por agricultores familiares.
[Imagem: Ubirajara Machado/Ministério do Desenvolvimento Agrário]

A macaúba, uma espécie de palmeira nativa do Brasil, ganhará um novo incremento para a sua utilização como alternativa na produção de biocombustíveis.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Bioenergia assinou um acordo de cooperação com o Centro Mundial de Agroflorestas (Icraf) para realizar projetos dentro do Programa para o Desenvolvimento de Cultivos Alternativos para Biocombustíveis.

O Brasil, representado pela Embrapa Bioenergia, faz parte do comitê diretivo do programa, que, nesta primeira fase, recebeu US$ 3,5 milhões da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).

Especificamente para o projeto com a macaúba, o Icraf também investiu US$ 400 mil.

A fase inicial do programa, de quatro anos, será focada em países da América Latina, da África e do Sul da Ásia. Em 2013, as atividades começaram em comunidades na Índia. Este mês, iniciam-se no Piauí, no Brasil, e para África, o Icraf ainda estuda as melhores formas de intervenção e os subprojetos que serão desenvolvidos.

No Brasil, o programa é focado no Nordeste brasileiro, onde a Embrapa já vinha avançando na prospecção de espécies nativas com potencial para uso na produção de biocombustíveis, explicou o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Teixeira de Souza Júnior.

"Vamos buscar diversificar as fontes de bioenergia, de culturas energéticas para a região do Semiárido, com foco em algumas palmeiras, começando pela macaúba. E isso vai ser feito dentro do conceito de agroflorestas, combinando diversas espécies vegetais para produzir alimentos e combustíveis", disse Teixeira.

A primeira etapa do projeto com a macaúba será a caracterização ampla do fruto e do óleo, assim como dos resíduos que a planta gera no seu cultivo e processamento.

O segundo passo será realizar dias de campo com agricultores familiares, mostrando que a macaúba pode ser cultivada na região e gerar renda. E, depois, viabilizar a interação da Embrapa com os pequenos produtores dentro dessa lógica de fontes de agroenergia alternativas para o Nordeste, para que eles sejam integrados à cadeia de produção dentro do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB).

"É uma cultura nacional, adaptada a diversas regiões do Brasil e que, potencialmente, é bastante interessante em termos de produtividade, comparado ao dendê, que tem materiais de 6 a 7 litros de óleo por hectare. No caso da macaúba, temos 3 ou 4 litros por hectare. Já a soja, que é a principal fonte de óleo vegetal para produção de biodiesel no Brasil, produz de 400 a 500 litros por hectare", explicou Teixeira.

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