Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/08/2012
Biônica
A busca por superadesivos sempre procurou inspiração nos pés das lagartixas.
Mas foi dos pés de um besouro que saiu a primeira novidade realmente marcante dos últimos anos no campo dos adesivos - um adesivo que cola até embaixo d'água.
Pesquisadores alemães e japoneses descobriram como fabricar uma estrutura artificial que consegue imitar a capacidade inusitada de um besouro que é normalmente terrestre, mas que consegue andar perfeitamente embaixo da água.
O resultado é um material que cola em superfícies totalmente cobertas por água.
"É bem sabido que a adesão entre dois sólidos no ar pode ser produzida com a ajuda da água, como uma folha de papel gruda sobre uma mesa molhada," explica o professor Stanislav Gorb, da Universidade de Kiel, na Alemanha.
Mas que é possível fazer esse princípio funcionar embaixo d'água foi algo descoberto por Gorb e Naoe Hosoda, do Instituto Nacional de Ciências dos Materiais, no Japão.
Força de capilaridade
O princípio é conhecido como força de capilaridade, que surge pela tensão superficial dos líquidos em sua interface com ar, sólidos ou outros líquidos.
Para se prender em superfícies secas, os insetos usam as forças de capilaridade de um óleo que possuem em suas patas.
Mas, sem ar não há força de capilaridade.
Assim, como o besouro usa o mesmo princípio para se prender embaixo d'água?
Os animais usam bolhas de ar presas entre os minúsculos "espinhos" existentes em suas patas.
"Inspirando-nos nessa ideia, nós projetamos uma estrutura artificial de silicone com propriedades adesivas subaquáticas," conta o professor Gorb.
Tecnologias subaquáticas
O maior desafio foi encontrar uma forma de manter bolhas de ar presas em toda a superfície do material.
A solução encontrada foi uma microestrutura formado por nanopilares que mantém seu próprio depósito de bolhas, que ficam presas entre os pilares quando o material é mergulhado normalmente na água, sem nenhum cuidado especial.
E a microestrutura, por assim dizer, cola sob a água sem usar cola.
Segundo os cientistas, seu adesivo biônico poderá ser usado "em qualquer tipo de tecnologia subaquática".