Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/04/2016
Bateria subterrânea
Incorporar em um único sistema o sequestro de CO2 e o armazenamento de energia renovável parece ser bom demais para ser verdade, mas é o que está propondo a equipe do professor Thomas Buscheck, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos EUA.
"Se você quer armazenar as grandes quantidades de energia renovável necessárias para equilibrar os desajustes entre oferta e demanda, e armazená-la de forma eficiente, acreditamos que a melhor maneira de fazer isso é no subsolo. Acreditamos que esta é uma maneira de baixo custo para armazenar a energia o tempo suficiente para que possa ser usada mais tarde," afirmou ele.
A ideia consiste em direcionar a energia capturada por fontes solares e eólicas para um sistema subterrâneo de energia geotérmica artificial, que funcionaria como uma enorme bateria subterrânea. Ao mesmo tempo, o sistema armazenaria o CO2 liberado por usinas termelétricas que funcionam com base em combustíveis fósseis.
Salmoura
O sistema prevê a injeção de CO2 liquefeito em reservatórios subterrâneos situados em rochas sedimentares, que são altamente porosas, criando um ambiente pressurizado que empurraria a salmoura presente nessas rochas até poços de produção na superfície.
A salmoura pode ser aquecida e reinjetada no reservatório para armazenar energia térmica, e o CO2 pressurizado resultante funcionaria como um amortecedor de choque, permitindo que o sistema seja carregado ou descarregado em função da oferta e da demanda de energia.
Quando houver insuficiência na geração da energia renovável - à noite ou na ausência de ventos -, o CO2 pressurizado e a salmoura poderiam ser liberados e convertidos em eletricidade.
Dessalinização
De acordo com os modelos de computador, a quantidade de CO2 que poderia ser armazenada no subsolo por um sistema desse tipo seria de pelo menos 4 milhões de toneladas por ano ao longo de 30 anos, o equivalente ao CO2 emitido por uma usina a carvão de 600 megawatts.
"Armazenar grandes quantidades de CO2 cria muita pressão. Este é o maior desafio para mantê-lo permanentemente no subsolo, mas é administrável. Para ter certeza de que não temos pressão excessiva, podemos desviar um pouco da salmoura produzida para gerar água através da dessalinização," disse Buscheck.
Ainda não há previsão de testar a ideia na prática.