Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/06/2018
Motor aerodinâmico
Pequenas melhorias incrementais talvez não sejam suficientes para que a aviação alcance as grandes reduções na emissão de CO2 que estão sendo exigidas mundialmente.
Em vez disso, são necessários conceitos e tecnologias revolucionários, defendem os engenheiros do projeto Centreline, que reúne especialistas da indústria e de várias universidades europeias.
E eles já selecionaram um caminho para alcançar uma tecnologia mais disruptiva: uma fuselagem propulsora.
Esse conceito já vem sendo defendido por especialistas da aviação há algum tempo, mas com grandes variações de projeto. A equipe do Centreline selecionou aquele que acredita ser o melhor: um propulsor acionado eletricamente localizado na parte traseira da fuselagem, cujo objetivo será lidar de forma mais eficiente com os efeitos do arrasto causados pelo fluxo de ar ao redor da aeronave.
O motor elétrico adicional deverá melhorar a eficiência de voo do avião, reduzir o consumo de combustível e cortar pelo menos 11% das emissões de CO2 - e isto em comparação com os aviões convencionais que deverão entrar em operação até 2035.
Fuselagem propulsora
O conceito selecionado emprega um único ventilador envolvendo a traseira da fuselagem. O motor elétrico do ventilador receberá eletricidade de geradores adicionais instalados nos motores normais, que continuarão instalados embaixo das asas.
Esse ventilador fará com que a aeronave capture e reenergize grande parte do fluxo da chamada camada limite, neste caso o fluxo resultante da fricção do ar sobre a superfície do avião à medida que ele se move. Esse fluxo é responsável por algo entre 60% e 70% do arrasto das grandes aeronaves comerciais.
A equipe considera que a tecnologia já completou sua fase de formulação do projeto e está pronta para passar à fase da validação inicial em ambiente de laboratório.
Para isso, está sendo construído um modelo em escala do sistema. A configuração geral da fuselagem será testada em um túnel de vento, enquanto a aerodinâmica do ventilador será medida em plataformas de teste, o que deverá permitir elevar o nível de prontidão da tecnologia para "pronta para ser adotada".
A expectativa é que a fuselagem propulsora seja adotada em um avião comercial até 2030.